Até agora, foi possível observar o novo time apenas no amistoso contra o Novorizontino, que terminou com vitória por 3 a 1. Internamente, a exibição foi vista, em determinados momentos, como um exemplo de maior organização do time. Fontes também afirmam que a adaptação do time ao estilo proposto por Paiva está enquadrado às expectativas iniciais

Mesmo assim, há o entendimento de que desafios mais robustos são necessários para que o time do Botafogo internalize de vez as ideias do técnico português. Esses desafios são os jogos de ponta: partidas pelo Campeonato Brasileiro, pela Copa do Brasil, a Conmebol Libertadores e o Mundial de Clubes da Fifa.

Preocupado com detalhes e amparado por um extenso material – por vezes em vídeo – de orientação, Paiva também é visto como alguém que valoriza muito a construção de relações individuais com seus atletas.

Não à toa, o técnico teve conversas em separado com jogadores para alinhamento de expectativas e ajustes, fortalecendo o vínculo humano. Quando pediu demissão do Bahia, por exemplo, Paiva ouviu um pedido dos capitães Kanu e Thaciano para que reconsiderasse – o português não mudou de ideia.

O trabalho de Paiva no Botafogo teve início com um plano visando a boa performance física ao longo da temporada, mesclando atividades de força e circuitos no gramado.

A palavra “intensidade” foi repetida em diversas ocasiões em análises sobre os treinos comandados por Paiva.

Em treino aberto no Espaço Lonier, que o ge acompanhou, a postura do português chamou a atenção e foi posteriormente ratificada pelo elenco. Com seu apito em mãos, Renato Paiva interrompeu a atividade com frequência, destacando momentos em que queria fazer correções. O técnico também questionou jogadores, querendo ouvir respostas e explicações sobre pedidos específicos dentro das quatro linhas.

O anímico também não foi deixado de lado. Houve, por exemplo, um churrasco para facilitar a integração entre jogadores, funcionários do Botafogo e a nova comissão técnica nos primeiros dias de trabalho no Espaço Lonier.

Dentro das quatro linhas, a ideia inicial do trabalho é fazer a manutenção do que vinha dando certo com Artur Jorge, com prioridade em jogo de transições ofensivas. Mas o tempo de “folga forçada” foi crucial para que o treinador colocasse parte de suas ideias em campo, como jogo posicional, dar ênfase às compactações e aprimorar o sistema ofensivo.

• Igor Jesus:

— Hoje, com o Paiva, ele tem a mesma linha de pensamento (que Artur Jorge), mas com os jogadores mais entrelinhas, comigo em uma posição de 9 mesmo. Tenho mais a oportunidade de ficar dentro da área mesmo porque ele tem me cobrado muito isso. Estar ali para uma bola rebatida e quando tiver a sobra, poder finalizar em gol. Isso vai me ajudar bastante estar mais perto do gol para aproveitar melhor as oportunidades.

• Elias Manoel:

— O Renato é um treinador que gosta muito de velocidade. Como temos o Artur, que é muito rápido, o Savarino, o Santi que chegou agora, são jogadores de velocidade. Então ele quer que o centroavante, sim, fique mais dentro da área. Isso não impede de o centroavante sair da área em algum momento do jogo. Isso vai ser bom e o estilo de jogo vai se encaixar bem com o estilo de jogo que ele tem.

Alex Telles:

– Ele vem com ideias novas, mas sempre mantendo uma base da característica do nosso time (…). Acreditamos que temos muita margem para crescimento, mas a equipe já está com uma outra postura, com outra imagem. Não há muita diferença, cada treinador tem sua característica, acho que são mínimos detalhes que fazem a diferença, mas praticamente a base é a mesma, as características dos atletas também são as mesmas. Chegaram jogadores para agregar também com as suas qualidades.