Indústria 15/03/2025 13:13

Presidente do SINDIPESCA defende protagonismo brasileiro e hub no Nordeste para Atlântico Sul

Presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Rio Grande do Norte (SINDIPESCA/RN), Gabriel Calzavara, defendeu que o Brasil busque protagonismo no oceano, além da área denominada Zona Econômica Exclusiva (ZEE), a faixa marítima de 200 milhas náuticas que se estende a partir da linha de base do mar territorial de um país.

Ele destacou que, principalmente no Nordeste, é fundamental aproveitar melhor as oportunidades da “economia do mar”, uma vez que há uma localização privilegiada para constituir, na região, uma base de operação para embarcações dos países que integram o Atlântico Sul.

As declarações do presidente do SINDIPESCA-RN foram feitas na quinta-feira (13.03), durante palestra no 1º Fórum de Economia do Mar de Alagoas, realizado na Casa da Indústria, em Maceió. Ele afirmou que há um avanço na percepção sobre o que o oceano pode propiciar para o desenvolvimento econômico nacional, mas é preciso passar para iniciativas práticas e ações.

Gabriel Calzavara — que também é um dos vice-presidentes da FIERN — comentou que, durante um longo período, a Marinha do Brasil manteve “viva a mentalidade e esse olhar para o mar como elemento fundamental de segurança nacional, de integração social e de desenvolvimento”.

“Mas, hoje, percebo que diversos outros setores da sociedade se somam aos esforços da Marinha e participam dessa discussão”, afirmou.

“Isso acontece na Bahia, no Rio Grande do Norte, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro”.

Ele disse que há, no país, um olhar para as possibilidades do oceano e, com isso, “a constatação de que o Brasil não é viável sem o mar”, o que considera oportuno para iniciativas que levam ao protagonismo do país na economia do mar.

Ele ressaltou que a “Agenda 2030” da Organização das Nações Unidas, ao definir metas de desenvolvimento sustentável, entre as quais a erradicação da pobreza e da fome, e a definição da atual década como a do Oceano, são aspectos que demonstram a percepção mundial sobre a relevância das atividades econômicas no mar.

Essa economia tem como pilares, citou o presidente do SINDIPESCA-RN, o abastecimento alimentar, a questão ambiental, as energias renováveis, a inovação tecnológica, a viabilidade do comércio global e o desenvolvimento sustentável. “E nós, brasileiros e nordestinos, como estamos posicionados neste universo?” questionou, citando como um dos desafios a “inovação tecnológica”.

Para ele, as economias nacional e regional estarem preparadas para esses desafios é essencial. No Nordeste, 98,7% das empresas são micro e pequenas. “Temos que incluir esses empreendedores para que possam estar preparados para o salto tecnológico, a inovação e a renovação energética”, argumentou.

Durante a palestra, enfatizou também que há uma oportunidade de exercer uma liderança entre os países que integram o Atlântico Sul. E apontou os clusters como uma iniciativa relevante para o desenvolvimento da economia marítima, em uma articulação entre empresas, governos e academia.

Fórum

O 1º Fórum de Economia do Mar de Alagoas, em Maceió, foi aberto pelo presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, José Carlos Lyra de Andrade. “O fórum é um marco no planejamento estratégico de Alagoas para aproveitar seu vasto potencial marítimo de maneira sustentável, integrando academia, governo e iniciativa privada”, disse.

Entre os palestrantes, também estiveram o capitão de fragata Rodrigo Garcia, comandante dos Portos de Alagoas, que ressaltou a importância do setor, afirmando que 25% da população brasileira depende diretamente da Economia do Mar.

O vice-almirante Alexander Reis Leite, comandante do 3º Distrito Naval, também participou do evento e reforçou a importância do mar para o Brasil, destacando as quatro vertentes da “Amazônia Azul”: econômica, ambiental, científica e de defesa.

O evento contou com uma série de outros especialistas, como Eduardo Athayde, diretor da WWI Brasil; Miguel Andrade, gerente de Negócios do Senai Cimatec; e Andréa Carvalho, professora de Economia da UFRG.

Eles discutiram temas como inovação no setor, infraestrutura portuária e os impactos da Economia do Mar no PIB estadual. Além disso, a programação incluiu apresentação sobre planejamento espacial marinho, com a professora Nidia Noemi Fabre, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e as perspectivas de investimentos para o Porto de Maceió, apresentados por Diogo Holanda, administrador do Porto.

Deu no Portal da Fiern

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista