Corrupção 09/03/2025 09:22

Transparência Internacional afirma que a corrupção foi normalizada no Brasil

A Transparência Internacional — Brasil fez uma dura crítica ao cenário político brasileiro, afirmando que a  foi normalizada no país.

A declaração veio após a Procuradoria-Geral da República (PGR) firmar um acordo com o deputado federal André Janones (Avante-MG), que admitiu ter praticado “rachadinha”, crime enquadrado como peculato.

Com o acordo, Janones escapou de um processo judicial.

Impunidade e desmonte da 

Em uma publicação na última sexta-feira (7), a ONG destacou que o caso de Janones não é um episódio isolado, mas um reflexo de um sistema que enfraquece o combate à corrupção.

Além da impunidade do parlamentar, a Transparência Internacional criticou a falta de iniciativas do governo  para enfrentar a corrupção e apontou o desmonte da Operação Lava Jato pelo  Tribunal Federal (STF).

A postagem trouxe um panorama preocupante da situação no Brasil:

“Retrato do Brasil em 2025: o presidente só pronuncia a palavra ‘corrupção’ para criticar o seu combate, o tribunal constitucional do país anistia corruptos em série, peculato tem apelido carinhoso de ‘rachadinha’, um representante do povo no Parlamento confessa esse crime e, ao invés de ir preso, ganha ‘sweetheart deal’ da PGR e paga uma multa irrisória em 12x sem juros – outros acusados do mesmo crime, como  e Flávio Bolsonaro, sequer isso, desfrutam de impunidade total, graças ao mesmo tribunal constitucional. Alguma dúvida de que a corrupção foi normalizada no Brasil?”

Brasil tem pior colocação da história em ranking de corrupção

O relatório da Transparência Internacional revelou que o Brasil alcançou sua pior posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) desde o início da série histórica, em 2012. Em 2024, o país ficou na 107ª colocação, empatado com Nepal, Argélia, Malauí, Níger, Tailândia e Turquia.

A ONG apontou que a piora no índice se deve a fatores como:

  • Silêncio do presidente Lula sobre o combate à corrupção;
  • Permanência de ministros envolvidos em escândalos, como Juscelino Filho (Comunicações), indiciado por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa;
  • Influência crescente de empresários investigados, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, do Grupo J&F, que participaram de reuniões no Palácio do Planalto em 2024.

Brasil distante dos países mais íntegros

Desde 1995, o IPC avalia 180 países e territórios, atribuindo notas de 0 a 100 para medir a integridade no setor público. Enquanto o Brasil enfrenta um declínio preocupante, na outra ponta do ranking estão Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88), Cingapura (84) e Nova Zelândia (83), considerados os países mais íntegros do mundo.

O relatório da Transparência Internacional reforça que, sem mudanças estruturais e sem comprometimento real do governo no combate à corrupção, a tendência é que o Brasil continue a perder credibilidade e a afundar no ranking global.

Deu em ContraFatos

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista