Economia 25/02/2025 07:35

Lula desacredita previsões econômicas: “Não acreditem nessa bobagem da macroeconomia”

Presidente critica estimativas do PIB e aposta em crescimento maior

Durante a assinatura de contratos do Programa de Ampliação da Frota da  e Transpetro, o presidente Luiz Inácio  da Silva voltou a contestar as projeções econômicas que indicam um crescimento modesto para o Brasil nos próximos anos. Lula minimizou as estimativas de avanço do PIB em 2% para 2024 e 1,7% para 2025 e rebateu os economistas:

“Não acreditem nessa bobagem da macroeconomia.”

O presidente lembrou que as previsões para 2023 indicavam crescimento de apenas 1,5%, enquanto o país superou essa marca, atingindo 3,5%.

E podem se preparar, porque vai crescer ainda mais agora”, afirmou.

Lula ressaltou que, em 2010, ao deixar a Presidência, o Brasil registrava um crescimento econômico robusto de 7,5%, índice não superado nos anos seguintes. Ele também destacou que sua gestão tem promovido a recuperação do emprego, alcançando a menor taxa de desemprego da história.

Investimento bilionário na indústria naval

O evento no Rio Grande do Sul marcou um novo investimento federal na indústria naval. O contrato, avaliado em R$ 1,6 bilhão, prevê a construção de quatro navios pela Ecovix em parceria com a Mac Laren, com entrega prevista até 2027. A iniciativa promete gerar 1,5 mil empregos diretos e reativar o Estaleiro Rio Grande, um dos principais polos industriais do país.

Mercado alerta para desafios econômicos

Apesar do otimismo do presidente, economistas apontam obstáculos que podem comprometer esse cenário. A inflação segue acima da meta do Banco Central, afetando a política monetária. O Boletim Focus desta segunda-feira (23) revisou a projeção da inflação de 5,60% para 5,65%. Com a taxa Selic mantida em 13,25%, analistas do mercado financeiro projetam uma taxa terminal de 15%, o que pode desestimular o consumo e reduzir investimentos privados.

Proposta de isenção do Imposto de Renda e seus impactos

Lula também mencionou a proposta de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, defendendo que essa medida impulsionaria a economia ao colocar mais dinheiro em circulação:

“Quando o povo recebe mil reais, ele não vai comprar dólar ou guardar no banco; ele vai gastar com comida, roupa e outras necessidades. E esse dinheiro vai rodar, gerando produção, emprego, comércio e salários.”

No entanto, especialistas alertam que essa política pode pressionar a inflação e comprometer o equilíbrio fiscal. A previsão do governo é que a isenção do IR gere uma perda de arrecadação de R$ 35 bilhões, que seria compensada por maior taxação sobre contribuintes de renda alta.

“Eu quero ver pouco dinheiro na mão de muitos, e não muito dinheiro na mão de poucos”, disse Lula.

Contudo, economistas expressam preocupação com a falta de detalhamento sobre como essa compensação será feita, o que gera incertezas no mercado financeiro.

O governo segue apostando em políticas expansionistas para impulsionar o crescimento, enquanto o cenário econômico exige cautela para evitar desequilíbrios fiscais e novos desafios inflacionários.

Deu em ContraFatos

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista