A saúde suplementar do Rio Grande do Norte está prestes a contar com um novo empreendimento na rede privada, reforçando a assistência e expandindo a oferta de serviços.
O Complexo de Saúde da Unimed (CSU) será a maior entrega da Unimed Natal em 47 anos e terá uma série de inovações para pacientes e médicos cooperados, desde estrutura com mais de 200 leitos para internação e salas de cirurgia preparadas para receber cirurgias robóticas.
“É um projeto que dá à Unimed uma capacidade para atender sua demanda de agora e para os anos vindouros”, cita o Dr Emerson Oliveira, diretor de Recursos Próprios da Unimed Natal.
Com obras iniciadas em 2019 e espalhadas em 43.000 m², os investimentos no Complexo de Saúde da Unimed Natal atingem R$ 400 milhões, com o empreendimento podendo mais que dobrar a capacidade de leitos.
A inauguração está prevista para o dia 14 de março deste ano e as obras do complexo estão em fase de acabamentos. Um dia após a inauguração, segundo o diretor de Recursos Próprios, Emerson Oliveira, a transição será iniciada, com os pacientes e trabalhadores sendo direcionados ao novo espaço.
Nesta entrevista, o diretor de Recursos Próprios da Unimed Natal faz um balanço da chegada do CSU para a saúde suplementar do Rio Grande do Norte e aponta perspectivas para a cooperativa. Confira.
Na prática, o que significa esse novo momento do Complexo de Saúde da Unimed na saúde do Rio Grande do Norte?
O Complexo de Saúde da Unimed vai ser um marco na saúde suplementar do Estado. Há muitos anos que não é inaugurado um hospital novo no RN. O Hospital da Unimed tem 20 anos de existência e ele era pequeno para o tamanho da operadora. Essa expansão que a Unimed fez, faz com que esse hospital cresça não só em qualidade mas também em capacidade instalada e na qualidade dela. Esse Complexo vem com os recursos arquitetônicos mais atualizados desse conhecimento adquirido ao longo dos anos e também da experiência adquirida pela própria Unimed, inclusive no período da pandemia de Covid, que determinou mudanças de conceitos e a importância da instituição hospitalar ser versátil, dela poder se adaptar às novas necessidades. Então temos um conceito arquitetônico mais atual, mais moderno. É um projeto que dá à Unimed uma capacidade para atender sua demanda de agora e para os anos vindouros. Por um bom tempo a Unimed vai ter condições de se adaptar. Esse Complexo também agrega nossa capacidade instalada de recursos de diagnóstico. Tínhamos poucos, com algumas coisas instaladas em unidades ambulatoriais. O hospital só tinha alguns serviços, e agora estamos expandindo. Por exemplo: o Hospital da Unimed vai ter exame de densitometria óssea, mamografia, a primeira ressonância da Unimed, com capacidade para duas e podendo expandir para mais duas; vamos voltar a ter hemodinâmica, que foi fechada para poder permitir o hospital absorver a demanda que tinha e permitir fazer a obra, porque construir com o hospital funcionando do lado tem muito impacto e às vezes a obra tem que desacelerar um pouco, porque impacta na operação que já está acontecendo. É diferente de fazer um hospital num terreno vazio, porque pode-se rodar no tempo e hora que quiser, não precisa se preocupar se está faltando oxigênio, se precisará mudar posição de cilindros, subestação, porque tudo isso teve que ser modificado para a nova subestação e as novas instalações de apoio do Complexo inteiro. E são instalações novas. Tínhamos instalações antigas que já tem mais de duas décadas.
Qual a estrutura do hospital? Quantidade de leitos, serviços ofertados… Quanto foi investido no empreendimento?
Tivemos um investimento de quase R$ 400 milhões. O Hospital vai mais que dobrar a capacidade de leitos atual, indo a 205 leitos operacionais, fora os leitos rotativos, que não contabilizamos, que são leitos de recuperação pós-anestésica, pronto socorro, observação. Em relação a UTI, vamos mais do que triplicar. Hoje o hospital tem, entre UTI Neonatal, adulto e pediátrico, temos cerca de 30 leitos. Quando somarmos tudo, vamos a 97 leitos de UTI. Teremos leitos de sala semi-intensiva também. Teremos salas cirúrgicas: o hospital dispõe atualmente de cinco e o novo será entregue com 10 e poderemos ter mais quatro, porque existirá mais um centro cirúrgico na fase dois e tem mais um hospital-dia com mais duas salas, então iríamos a 16 salas. O Pronto-Socorro passa a ter uma estrutura como sala de procedimento cirúrgico, com duas salas, estrutura de salas vermelhas, duas salas de isolamento do PS, coisa que não é habitual. Vamos ter serviços de cirurgião-geral de plantão no PS, novidade nossa. Vamos ter retaguarda para cardiologia, neurologia, que vai permitir atender todo o tipo de demanda e de qualquer complexidade que venha ter, ainda mantendo a maternidade, a ortopedia que o hospital já dispõe, além do atendimento do pronto socorro infantil.
O Hospital chega com um conceito de integração e grande oferta de serviços. Na prática, como isso impacta na melhora da saúde do paciente?
Essa facilidade de interoperabilidade entre os setores foi planejada para termos a maior facilidade possível. A possibilidade de termos tudo na mesma unidade permite que possamos resolver tudo aqui mesmo. Qualquer que seja o problema do paciente, seja em uma das torres, será feito aqui mesmo, não precisará sair do hospital. Por exemplo: tomografia, que é um calo dos hospitais; quando quebra, precisa-se transferir para outro hospital. Agora, de saída, teremos dois aparelhos. Se quebrar uma, teremos outra dentro do próprio complexo e teremos sala para uma terceira na outra torre. Teoricamente não vamos ter dificuldade nisso. Uma das grandes questões que pensamos para esse complexo foi a redundância. Teremos redundância para praticamente tudo, seja no oxigênio, na eletricidade, na tomografia, se não agora, mas no futuro. Essa redundância é segurança, porque um dos principais pilares da Unimed é a qualidade, mas também segurança. Por isso buscamos essa certificação. Não podemos submeter o paciente a um risco desnecessário, então temos redundância para evitar que falte.
E em relação à reserva técnica para ampliação de leitos? Há esse planejamento de expansão?
Tem. O planejamento do nosso Complexo foi feito para expandirmos tanto a parte de diagnóstico, que já está projetada… então não vamos ter que fazer puxadinho, já tem o espaço lá, precisaremos apenas fazer reforma, como também os andares reservas em que alguns já estão com projetos feitos. O centro cirúrgico da outra torre já temos o projeto pronto; o hospital-dia, também temos cinco andares de enfermaria e apartamento com mais 105 leitos, cada um com 25, e um andar de UTI com mais 24 leitos reservas. Ao todo, poderemos chegar a um total de 365 leitos. Vamos abrir com 205 leitos. Isso tudo vai depender da expansão da operadora, da necessidade dela de mais leitos ou do crescimento da cidade, com o aumento de usuários.
O Hospital também tem uma ideia para redução do uso de papel e até possibilidade de cirurgias robóticas?
Estão no nosso alvo sim. A ideia é que evoluamos para um hospital sem papel. Estamos trabalhando para isso. A mudança do sistema de prontuário eletrônico foi para facilitar essa passagem. Estamos trabalhando nos processos e a ideia é que nos tornemos, em breve, o primeiro hospital sem papel do Rio Grande do Norte. É um processo. Já fizemos toda a preparação para isso e a ideia é que viremos isso em algum momento depois da operação iniciada. O foco agora é fazer a transferência dos pacientes de forma segura, iniciar a operação dos serviços novos e aí fazer a virada na sequência para um hospital sem papel. As salas cirúrgicas que construímos aqui são amplas e com capacidade de absorver toda a tecnologia existente atual. Se precisarmos colocar mais equipamentos, numa cirurgia que demande mais aparelhos, elas têm capacidade de absorver.
Como será a transição para a nova unidade?
Queremos fazer tudo com muita segurança. Algumas coisas vamos precisar fazer nesse período de transição, então vamos ter alguns fluxos ruins, ainda porque temos coisas que não podemos executar, porque impactariam diretamente em fechar alas do hospital atual. Então, quando retirarmos os pacientes, conseguiremos fazer a execução. Mas a operação de transferência de pacientes e abertura do Complexo, estimamos que deva levar entre uma semana e 10 dias. Vamos ter a inauguração formal e começa a migração dos pacientes no dia seguinte e começaremos a abrir os serviços novos a partir do dia 16 ou 17 de março.
Quantos empregos diretos serão gerados com o Complexo?
Devemos subir para mais de 800 empregos num primeiro momento, podendo chegar a quase 1.000 diretos. Atualmente, a operadora tem 1.700 colaboradores, com o Hospital da Unimed tendo a maioria deles, com cerca de 900. Então, com isso, deveremos chegar a quase 3.000 empregos, cita.
Qual o impacto de um Complexo de Saúde desse para a Unimed, que já possui 200 mil beneficiários e cerca de 1.700 médicos?
O impacto é nos tornarmos o maior Complexo de Saúde com um nível de qualidade e excelência aqui do Estado, garantindo uma assistência segura para os nossos beneficiários, dando tranquilidade para aquelas pessoas que têm plano de saúde Unimed. Para a operadora, é a certeza de que se ela precisar de qualquer serviço, em assistência de baixa, média e alta complexidade, ela vai dispor dessa estrutura, que permite à operadora uma tranquilidade, caso ela precise crescer nos próximos 10 anos. Caso a operadora precise, ela terá para onde crescer sem fazer um grande investimento, pois já terá um local pronto, tudo concentrado e dentro de uma cadeia de suprimentos e assistência integrada. Isso facilita qualquer expansão.
Como a Unimed Natal tem enfrentado esse momento dos planos de saúde no Brasil para ofertar os serviços de qualidade aos usuários?
Acreditamos que a crise está passando, apesar de que ainda temos muito receio do momento econômico do país; com recessão, mas superamos. Não foi fácil, foi desafiador, mas superamos um período muito crítico da saúde suplementar, que foram os últimos três anos. Acreditamos que estamos passando por isso em paralelo a esse investimento e expansão que nos permite continuar na liderança na saúde suplementar do Estado, sendo uma operadora de referência no quesito qualidade. Quando se pensa em qualidade em saúde, se pensa na Unimed e vamos manter esse status. Realmente foi muito desafiador, mas não podíamos retroceder, pois já tínhamos começado um projeto grande e, para nós, foi mais desafiador, porque paralelamente tínhamos que enfrentar essa construção, que não foi fácil. Foram 37.000m² de obra e somando com o atual hospital iríamos a 43.000².
NÚMEROS CSU
- Mais de 43 mil metros quadrados;
- 9 andares;
- Mais de 300 leitos;
- Mais de 200 leitos de internação;
- 14 salas de cirurgia;
- 7 UTIs;
- 25 leitos de UTI Neonatal;
- 14 leitos de UTI Pediátrica;
- 34 leitos de UTI Adulto;
- 19 leitos de Day Clinic.
- Hospital Geral
- Hospital Materno-Infantil;
- Centro de Diagnóstico;
- Pronto-socorro Infantil;
- Pronto-socorro Obstétrico;
- Pronto-socorro e emergência adulto;
- Centro Cirúrgico;
- Serviço de apoio diagnóstico terapêutico;
- Novas Unidades de Terapia Intensiva;
- Clínica Médica;
- Ortopedia;
- Cardiologia;
- Internação cirúrgica e clínica;
- Espaços de convivência.
Deu em Tribuna do Norte