Política 01/02/2025 08:34

Eleições no Congresso mostrarão ainda mais a fragilidade do governo, diz analista político

Em entrevista ao CB.Poder, consultor político comenta dificuldade de Lula de lidar com o Legislativo

Neste sábado (1º/02), os deputados e senadores votam para a escolher os novos presidentes das respectivas Casas. O resultado traz um futuro incerto para as pautas do governo no Congresso Nacional.

Segundo o consultor político João Henrique Hummel, o presidente Lula enfrentará maiores dificuldades com os novos chefes, além de parlamentares opositores.

A análise foi feita durante entrevista aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Denise Rothenburg no CB.Poder desta sexta-feira (31/01).

Para Hummel, as eleições no Congresso Nacional são um momento novo para o governo.

“O governo não é coordenador, nem o apoiador dos dois candidatos que hoje são os favoritos, e isso o torna um coadjuvante e não o protagonista dessas eleições. Ao olhar para o futuro, todos os acordos que foram firmados há dois anos, terão de ser firmados de uma forma diferente agora. Tudo isso enquanto o Executivo enfrenta um momento muito fragilizado, principalmente pelos acontecimentos do final do ano passado”, argumenta.

De acordo com analistas, o governo federal terá uma grande dificuldade de argumentar com o Legislativo nos próximos dois anos, o que torna pouco provável que o legislativo aprove qualquer coisa nova que o governo propor.

“Lula, na reunião de ministros no dia 20/1, já deu um recado claro da dificuldade que ele vai ter de negociar com o Legislativo. Ele pega os ministros e dá o seguinte recado: Precisamos entregar o que nós prometemos e já começamos nos dois primeiros anos. Não vamos inventar nada de novo”.

“Quer dizer que tudo que o Lula tentar colocar no Congresso existe uma dificuldade e não é levado para frente, ou seja, ele precisa fazer aquilo que já conquistou e o que prometeu entregar”, reflete. “Vamos ter dois anos em que o legislativo tentará fazer uma pauta e o executivo terá que ser muito reativo ou não teremos pauta nenhuma”, completa.

Supremo Tribunal Federal e a relação com a população

Hummel também comentou sobre a desconfiança da população com o Supremo. Para o analista, o Legislativo incentiva esse descrédito. “A decisão que o Legislativo está fazendo é deixar cada dia mais o Supremo se expor para a sociedade, e quanto mais isso acontece, maior o descrédito, maior a desconfiança.

Então, nas eleições majoritárias para o Congresso em 2026, qual será o tema? Qual a pauta? Se eu falar mal do Supremo, eu ganho voto ou perco voto? Qual vai ser a composição de um novo Senado em relação ao Supremo?

Eu acredito que o Legislativo vai dar corda para o Supremo se expor mais ainda para a sociedade”, comenta.

Deu em Correio Braziliense

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista