Polícia Civil 28/01/2025 16:55
Polícia recebe 2ª denúncia contra médico investigado por importunação sexual de paciente em Mossoró
Paciente procurou delegacia nesta segunda-feira (27), após saber da prisão do médico na última quinta (23).
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte recebeu uma segunda denúncia contra o médico de 47 anos que foi preso em flagrante na última quinta (23) por suspeita de importunação sexual contra uma paciente de 22 anos. O caso aconteceu em Mossoró, no Oeste potiguar.
O profissional foi liberado da prisão ao passar por uma audiência de custódia e pagar fiança de R$ 10 mil, mas continua investigado pela Delegacia Especial da Defesa da Mulher.
Segundo a Polícia Civil, após tomar conhecimento da prisão do médico, outra paciente procurou a delegacia nesta segunda-feira (27) para prestar queixa contra o profissional.
De acordo com a corporação, nesse segundo caso, a investigação é por violação sexual mediante fraude – quando o médico ou outro profissional utiliza seus conhecimentos técnicos para enganar ou se aproveitar da vítima.
A suspeita é de que o médico teria “inventado” um suposto exame para violar a vítima, enquanto ela acreditava que estava sendo atendida normalmente.
A Polícia Civil ainda afirmou que, caso outras pacientes acreditem que passaram por algo semelhante, podem procurar a delegacia.
A delegada responsável pelas investigações não concedeu entrevistas sobre o assunto.
O médico foi preso na última quinta-feira (23), após o padrasto de uma paciente de 22 anos chamar a Polícia Militar, por volta das 10h30. A jovem disse que sofreu importunação sexual durante uma consulta em um hospital privado de Mossoró. A defesa do médico negou a acusação.
Segundo o advogado da vítima, Jorge Moura, a jovem estava acompanhada de sua filha autista de 3 anos, fazendo uma consulta de retorno. Durante a consulta, o médico fez perguntas pessoais à mãe e pediu que ela deixasse a filha com a avó, que estava na sala de espera.
Em seguida, o suspeito começou a atendê-la individualmente, alegando que poderia ajudá-la com uma dor de cabeça e um problema na coluna. Nesse momento, de acordo com o advogado, ele passou a realizar atos de importunação sexual.
Moura também relatou que, em um vídeo gravado, o médico afirmou que “assédio é algo relativo”, o que gerou ainda mais preocupação na família da vítima.
“O objetivo da família é que a justiça seja feita e que o médico seja preso, inclusive de forma preventiva, pois há receio de represálias. O médico demonstrou ter grande influência e conhecimentos de pessoas, o que aumenta o temor da vítima e de seus familiares. Esperamos que as medidas protetivas sejam eficazes”, afirmou na ocasião.
Os advogados de defesa do médico, Olavo Hamilton e Daniel Ferreira, afirmaram, por meio de nota, que o caso se tratou de um “mal entendido”. Segundo a defesa, foram realizados dois exames — um de fundo de olho, em razão da enxaqueca, e outro lombar, devido a uma hérnia de disco —, que a paciente teria entendido como inadequados.
A defesa alegou que os procedimentos realizados estavam em conformidade com a literatura médica e negaram qualquer crime.
Deu em G1/RN
Descrição Jornalista