Terra 01/01/2025 13:50
Qual é a maior ameaça ao mundo em 2025? Especialistas respondem!
Especialistas analisam os maiores riscos globais para 2025, revelando qual ameaça pode impactar o mundo de forma mais significativa nos próximos anos.
O mundo parece estar enfrentando um momento de tensão sem precedentes.
Conflitos armados crescentes, avanço acelerado da inteligência artificial e impactos cada vez mais severos das mudanças climáticas estão colocando governos, empresas e a sociedade diante de desafios interconectados.
Para entender as principais ameaças que o planeta pode enfrentar em 2025, a revista Newsweek consultou especialistas em riscos globais. Aqui estão os pontos levantados por esses analistas.
Oliver Jones, líder de Estratégia Global da EY, destacou que a maior ameaça não é um evento isolado, mas a combinação de múltiplos riscos interconectados.
“As possibilidades incluem desde uma guerra tarifária global até o agravamento de conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. E o pior é que nenhuma dessas ameaças é um ‘cisne negro’; são todas plausíveis e podem se materializar juntas”, explicou.
Ele também enfatizou que a competição tecnológica entre os Estados Unidos e a China e as eleições na França e na Alemanha poderiam fortalecer partidos populistas, agravando as instabilidades.
Segundo Jones, o cenário atual exige que governos e empresas adotem uma visão holística para enfrentar o que ele chama de “a tempestade perfeita” em 2025.
Tina Fordham, fundadora da Fordham Global Foresight, apresentou outra preocupação relevante: o “negacionismo de risco geopolítico”.
Segundo ela, muitas pessoas no mundo desenvolvido subestimam os riscos globais por nunca terem vivenciado diretamente conflitos ou crises significativas.
“A ideia de que os Estados Unidos ou outros países ricos estão imunes a eventos globais é um erro perigoso. Essa mentalidade leva ao subinvestimento em preparação e fortalece adversários”, afirmou Fordham.
Ela alerta que o século XXI traz ameaças que não respeitam barreiras geográficas e recomenda que os líderes preparem-se para um “Novo Superciclo de Risco Geopolítico”.
Christian Mölling, diretor da Europa na Bertelsmann Stiftung, trouxe um ponto de vista ainda mais incisivo. Para ele, um dos maiores perigos é acreditar que os problemas podem ser resolvidos isoladamente, sem desencadear efeitos colaterais.
Mölling mencionou o aprofundamento da cooperação entre China, Rússia, Irã e Coreia do Norte, muitas vezes chamada de “aliança CRINK”. Ele critica a abordagem ocidental, que, em sua visão, prioriza mal as ameaças e não age com a devida intensidade.
“Essa aliança explora vulnerabilidades do Ocidente e agrava dilemas estratégicos. O maior desafio de 2025 será lidar com as sinergias dessas ameaças interconectadas”, destacou.
Marco Vicenzino, consultor de estratégia global, previu que o mundo estará ainda mais fragmentado em 2025. Embora os Estados-nação continuem sendo os principais atores globais, ele apontou que atores não estatais terão um papel crescente, tanto no ambiente virtual quanto no físico.
Segundo Vicenzino, as autocracias revisionistas lideradas por China e Rússia buscarão substituir a ordem liberal ocidental. Enquanto isso, o chamado “Global Rest”, composto por mais de 140 países, complica o cenário ao buscar equilíbrio entre interesses concorrentes.
Ele destaca que potências emergentes como Índia e Indonésia terão cada vez mais capacidade de influenciar os desdobramentos globais.
Um ponto comum entre os especialistas foi a preocupação com o avanço descontrolado da inteligência artificial. Embora não tenha sido o foco principal das análises, Jones mencionou que regulações dessincronizadas da tecnologia podem aumentar os riscos.
Ele alerta que a IA pode ser tanto uma ferramenta para resolver problemas quanto um fator de desequilíbrio.
Um exemplo disso é a disputa tecnológica entre as maiores potências globais. Empresas e governos enfrentam o desafio de equilibrar inovação com responsabilidade, em um cenário onde erros podem ter consequências catastróficas.
As mudanças climáticas continuam sendo uma das ameaças mais previsíveis e, ao mesmo tempo, negligenciadas. Jones chamou atenção para os impactos da migração internacional causada por desastres naturais e crises climáticas. “Essas questões são frequentemente tratadas como problemas locais, mas têm repercussões globais profundas”, afirmou.
Exemplos recentes incluem enchentes na Europa e ondas de calor na Ásia, que forçaram milhões a deixar suas casas. A falta de cooperação internacional para lidar com essas questões pode intensificar os conflitos, especialmente em regiões já instáveis.
O que todos os especialistas concordam é que os desafios de 2025 não serão resolvidos com soluções simplistas. A interconexão entre riscos, desde tensões geopolíticas até crises ambientais, exige estratégias abrangentes e coordenação internacional. Como afirmou Tina Fordham: “O acaso favorece a mente preparada”. A preparação começa agora.
Deu em CPG
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