Cultura 31/12/2024 04:32

O ano passou voando? Descubra por que temos essa percepção sobre o tempo

Descubra por que temos a sensação de que o ano passou voando e como nosso cérebro e rotina influenciam essa percepção.

A sensação de que o tempo está acelerando é algo que muitas pessoas comentam, especialmente ao final do ano. Frases como “o ano passou voando” tornaram-se comuns, reforçando a impressão de que os meses estão escapando pelos dedos. Mas por que temos essa percepção?

Será que o tempo realmente está passando mais rápido, ou é apenas uma ilusão criada pelo nosso cérebro?

Na verdade, essa sensação não é nova, mas tem se tornado cada vez mais comentada em uma sociedade que vive conectada e cheia de compromissos.

Fatores psicológicos, sociais e até culturais influenciam diretamente nossa percepção do tempo. Enquanto crianças podem sentir que os dias se arrastam, adultos frequentemente percebem os anos como um piscar de olhos.

Por que temos a sensação de que o ano passou voando?

A sensação de que o tempo acelera à medida que envelhecemos tem origem em diversos fatores. Essa experiência é complexa, envolvendo aspectos psicológicos, neurológicos e até culturais. Vamos entender como esses elementos influenciam nossa percepção.

Imagem: gerada por inteligência artificial (Dall-E)/Nayra Teles

Memórias e a relação com o tempo

Uma das principais razões para essa sensação de que o ano passou voando é a forma como nosso cérebro armazena memórias. Quando vivemos algo novo ou marcante, o cérebro dedica mais energia para registrar essa experiência. Em contraste, rotinas e eventos repetitivos geram menos “marcas” na memória.

Por exemplo, você provavelmente lembra com detalhes das suas férias ou de um evento especial, mas pode ter dificuldade em recordar o que fez em dias comuns. Assim, olhando para trás, um período cheio de novidades parece mais longo, enquanto um ano repleto de rotina parece ter “voado”.

A Teoria da Proporção de Vida

Outra explicação interessante está na chamada “Teoria da Proporção de Vida”. Quando somos crianças, cada ano representa uma grande parte do nosso tempo de vida. Para uma criança de 10 anos, um ano equivale a 10% da sua existência. Já para um adulto de 40 anos, esse mesmo ano representa apenas 2,5%.

Essa diferença faz com que, subjetivamente, o tempo pareça passar mais rápido com o passar dos anos e cada vez mais percebamos o “ano passar voando”.

Sobrecarga de informações

Vivemos em uma era de excesso de informações, o que também impacta nossa percepção do tempo. Com tantas notificações, tarefas e conteúdos para consumir diariamente, é comum sentir que os dias são curtos para dar conta de tudo. Essa sobrecarga cria uma sensação de aceleração, como se estivéssemos sempre correndo contra o relógio.

A influência da rotina e da monotonia

A rotina é outro grande culpado por essa percepção. Quando repetimos as mesmas atividades diariamente, os dias parecem se fundir, criando a impressão de que o tempo está “pulando” etapas. Por outro lado, experiências novas e emocionantes ajudam a “esticar” a percepção do tempo.

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Imagem: pattarawat/Shutterstock

Fatores emocionais e sociais

O estresse, a ansiedade e até a alegria podem alterar a forma como percebemos o tempo. Momentos de felicidade intensa ou de alta adrenalina geralmente são vividos como curtos, enquanto períodos de espera ou tristeza parecem intermináveis. Esse contraste influencia nossa avaliação global do ano.

O papel da tecnologia na aceleração do tempo

Não podemos ignorar o impacto da tecnologia. Redes sociais, aplicativos de mensagens e outros dispositivos digitais fragmentam nossa atenção e encurtam nossa noção de tempo. O hábito de registrar cada momento em fotos e vídeos pode, paradoxalmente, fazer com que o tempo pareça mais efêmero.

A sensação de que o ano passou voando é comum, mas entender os fatores por trás dela ajuda a lidar melhor com essa percepção. Afinal, o tempo é uma construção subjetiva, moldada por nossas experiências, emoções e memórias.

Ao valorizar o presente e criar momentos significativos, é possível aproveitar o ano sem sentir que ele desapareceu em um piscar de olhos.

Deu em Olhar Digital

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista