Jornalismo 17/12/2024 10:51

ABC paga US$ 15 milhões a Trump em acordo por difamação

Rede se retrata após acusações falsas feitas por George Stephanopoulos; presidente eleito sai fortalecido

A ABC News concordou em pagar 15 milhões de dólares a Donald Trump para encerrar um processo de difamação movido pelo presidente eleito dos Estados Unidos.

O caso envolvia declarações do âncora George Stephanopoulos, que afirmou ao vivo que Trump havia sido “considerado culpado de estupro” no julgamento civil movido pela escritora E. Jean Carroll.

No entanto, o júri no caso rejeitou a acusação de estupro e concluiu que Trump era responsável por abuso sexual, um detalhe jurídico ignorado nas falas do jornalista.

O uso do termo errado gerou críticas e a abertura do processo.

Em março, durante o programa This Week, Stephanopoulos entrevistou a deputada Nancy Mace e, de forma insistente, repetiu que “juízes e dois júris diferentes” haviam responsabilizado Trump por estupro.

Pressão por revelações no processo judicial

A decisão da ABC de encerrar o caso com um acordo milionário ocorreu após a Justiça negar uma moção para arquivar o processo. O canal enfrentava a obrigação de liberar documentos internos e permitir que Stephanopoulos fosse interrogado, o que poderia expor falhas da emissora e prejudicar sua reputação.

Além do pagamento, a ABC cobrirá aproximadamente 1 milhão de dólares em honorários advocatícios de Trump e emitiu uma nota pública de desculpas.

O texto foi anexado ao artigo digital sobre a entrevista que originou o caso e reconhece o erro: “A ABC News e George Stephanopoulos lamentam as declarações feitas sobre o presidente Donald J. Trump durante a entrevista com a deputada Nancy Mace em 10 de março de 2024.”

Especialistas jurídicos apontam que o valor do acordo reflete a gravidade do caso. Kurt Schlichter, advogado especializado em difamação, avaliou que a ABC corria o risco de ser condenada a pagar uma indenização de até nove dígitos caso perdesse o julgamento.

Erick Erickson, ex-representante legal de veículos de comunicação, afirmou que o acordo visava evitar o aprofundamento do processo de descoberta, que poderia revelar práticas editoriais problemáticas.

Um alerta à mídia tradicional

Para Trump, que retorna à Casa Branca em janeiro de 2025, o desfecho é uma vitória política e estratégica. O episódio reforça a percepção de que é alvo de perseguição pela grande mídia e envia um recado a outros veículos: mentiras contra ele não passarão impunes.

O acordo também ocorre em meio a um cenário de crescente desconfiança do público em relação à imprensa tradicional, frequentemente criticada por viés político.

Deu em O Antagonista

Ricardo Rosado de Holanda


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