Os advogados do general negam “qualquer obstrução ou embaraço às investigações” por parte de Braga Netto, e afirmam que se manifestarão nos autos depois de terem total acesso aos fatos que embasaram a decisão.
“A defesa reitera que o cliente jamais realizou reuniões em sua residência para tratar de assuntos ilícitos, bem como nunca recebeu ou repassou quaisquer recursos para financiar atos antidemocráticos”, finaliza o pronunciamento.
Entenda a prisão de Braga Netto
De acordo com a Polícia Federal (PF), o militar atuou para tentar obstruir as investigações. Braga Netto tentou descobrir o conteúdo da delação premiada firmada pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro com a PF, entrando em contato com o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
Os contatos teriam sido feitos, de acordo com a investigação, para alinhar os fatos que seriam repassados, obter dados sigilosos e manter informados outros envolvidos. Um documento com perguntas e respostas sobre a delação de Mauro Cid foi encontrado pela PF na sede do Partido Liberal (PL), na mesa do assessor de Braga Netto, Flávio Peregrino.
Novas informações repassadas em depoimento por Mauro Cid permitiram à PF reavaliar o contexto de atuação do general na trama golpista. A corporação descreve o militar como “um dos principais articuladores das operações ilícitas executadas pelos investigados integrantes de Forças Especiais”.
A investigação também relata que em reunião feita pelo grupo na residência de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022, o general entregou ao major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as atividades de monitoramento realizadas pelos investigados.
Braga Netto também teria atuado para pressionar os então comandantes da Aeronáutica e do Exército a aderirem ao plano. O tenente-brigadeiro Baptista Júnior e o general Freire Gomes chegaram a ser ofendidos por Braga Netto.