Animais 05/12/2024 10:30
‘Peido’ de vaca vira polêmica após Dinamarca anunciar nova taxa sobre emissões
Dinamarca implementa imposto inédito sobre emissão agrícola, focando em metas climáticas. Decisão suscita debate sobre impacto econômico.
A Dinamarca deu um passo ousado ao aprovar uma taxa inédita sobre emissões agrícolas, especificamente a flatulência de gado. Anunciada recentemente, a medida deve integrar as metas climáticas do país.
A nova política tem gerado preocupações significativas entre os produtores rurais. A implementação da taxa está prevista para o ano de 2030, e trará consigo desafios para a sustentabilidade do setor agropecuário.
Com uma pauta ambiciosa, o governo dinamarquês busca reduzir o impacto ambiental da agropecuária, mas enfrenta resistência de agricultores que temem os efeitos econômicos de tal medida.
A nova taxação exige que agricultores paguem 300 coroas dinamarquesas (cerca de R$ 244) por tonelada de metano emitida, com previsão de aumento para 750 coroas (R$ 612) em 2035.
Essa política, embora vista pelo governo como uma alternativa para combate às mudanças climáticas, enfrenta resistência por parte dos produtores, especialmente dos pequenos e médios agricultores.
Enquanto o governo defende que esta é uma medida essencial para alcançar suas metas ambientais, agricultores alegam que a falta de incentivos para tecnologias de redução de emissões pode prejudicar a segurança alimentar e encarecer a produção.
A agropecuária dinamarquesa ocupa 60% do território nacional e é crucial para a economia do país.
O polêmico imposto faz parte do Acordo Tripartite Verde, uma colaboração entre governo, indústria agrícola e grupos ambientais.
Além da taxação, o plano inclui a transformação de 250.000 hectares de terras agrícolas em florestas e a restauração de turfeiras, visando à retenção de carbono.
Outro objetivo é a redução da poluição por nitrogênio, com a meta de diminuir 13.780 toneladas de emissões anuais até 2027.
Embora o governo argumente que tais ações são necessárias para a restauração ambiental, os agricultores alertam para os riscos que envolvem a redução da capacidade produtiva do país.
As lideranças agrícolas do país têm manifestado preocupações sobre a falta de estímulos financeiros para adoção de tecnologias mais limpas, fazendo com que o peso do imposto recaia principalmente sobre os produtores.
A associação de produtores rurais afirmou que o setor está sendo responsabilizado por um problema mundial sem apoio suficiente para adaptações práticas.
O impacto financeiro pode ser devastador para pequenos agricultores, que enfrentam dificuldades em investir em novas tecnologias. Alguns temem que a medida leve à desistência de atividades agropecuárias e aumente a dependência do país por importações alimentares.
O governo dinamarquês acredita que seu modelo inovador possa servir de exemplo para o mundo. O ministro do clima, Lars Aagaard, ressaltou que ele tenta equilibrar interesses ambientais e econômicos em uma abordagem cooperativa.
Entretanto, produtores defendem que mais incentivos, em vez de penalizações, poderiam ter sido considerados.
O debate na Dinamarca destaca um dilema global: como coordenar sustentabilidade ambiental com a manutenção econômica da produção agrícola?
Embora o país lidere iniciativas climáticas, a implementação desse imposto pode redefinir os rumos da política agropecuária mundial.
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