Eles afirmam ainda que “as regiões Sul e Sudeste têm hoje, de forma geral, sistemas de segurança eficientes já estabelecidos” e que, “além disso, a partir da apresentação do Inquérito Digital, do Sistema Único de Denúncia e do SISP – Sistema Integrado de Segurança Pública, que se caracteriza por reunir as bases de todos os registros de ações no combate ao crime, os estados-membros do COSUD, em breve, passarão a constituir uma plataforma de ação conjunta e integração dos dados de segurança pública, justiça, fiscalização e controle, propiciando eficiência na atuação policial e na tomada de decisão”.
Na sequência, dizem que são “contra qualquer proposta que enfraqueça os estados e reduza sua capacidade de agir de forma rápida e adequada às necessidades locais”.
“A segurança pública deve ser construída com base na colaboração, no respeito às diferenças regionais e no fortalecimento das capacidades locais, e não por meio de uma estrutura centralizada, que limita a eficiência e amplifica a burocracia”, complementam.
Ao fim, o texto faz sugestões de aprimoramento da área no país.
“Todos territórios brasileiros precisam, sim, de uma participação mais ativa e efetiva do governo federal, com foco no suporte ao combate ao crime, em especial, em ações para desarticular as organizações criminosas, que atuam de forma transnacional e fronteiriça. Precisamos de ações também na modernização da legislação penal e processual penal, temas em que já foram apresentadas melhorias pelos estados do consórcio, que se empenharão pelas suas aprovações. Essa atuação não deve, no entanto, ser concorrente ou gerar prejuízos às estruturas atuais de segurança pública. Os estados do país como um todo precisam que esses esforços da União sejam realizados de forma complementar, em especial nas fronteiras do Brasil. Seguimos imbuídos no diálogo e comprometidos com a construção de alternativas que fortaleçam a segurança pública, sem afetar os valores que sustentam nossa democracia”, afirmam.
Saiba quais foram os governadores que assinaram a Carta de Florianópolis
No total, os sete líderes participantes do COSUD assinaram a “Carta de Florianópolis”, contrária a PEC da Segurança Pública:
- Ratinho Junior, governador do Paraná
- Jorginho Mello, governador de Santa Catarina
- Gabriel Souza, governador em exercício do Rio Grande do Sul
- Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro
- Renato Casagrande, governador do Espírito Santo
- Romeu Zema, governador de Minas Gerais
- Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
PEC
A PEC foi apresentada no dia 1º de novembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski.
O texto, que foi divulgado durante uma reunião com os representantes estaduais, prevê um conjunto de medidas para combater a criminalidade no país, a partir de três mudanças principais.
As medidas essenciais envolvem a inclusão de um Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na Constituição Federal; a atualização de competências da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF); e a constitucionalização do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária.
Deu em CNN