Natureza 24/11/2024 18:09
Cientistas emitem alerta de emergência sobre estado atual da Antártica
Mais de 450 pesquisadores reforçam preocupação com a falta de discussões e desenvolvimento de políticas públicas em torno da região
Na sexta-feira (22), os cientistas da Conferência Australiana de Pesquisa na Antártica emitiram um alerta de emergência sobre o estado atual da Antártica.
O comunicado foi divulgado durante a primeira edição do evento, que reuniu pesquisadores para discutir o impacto da crise climática na Antártica e no Oceano Antártico — e as consequências disso no futuro do planeta.
Os participantes pediram mais atenção à região, fundamental na regulagem do clima da Terra atualmente e no futuro e que, ainda assim, não é tão contemplada no debate público ou na criação de políticas públicas.
“Acreditamos que a ciência sobre a Antártica e o Oceano Antártico deveria ser o ponto de partida para o desenvolvimento de políticas climáticas”, afirma o comunicado.
A conferência ressaltou a riqueza das colaborações entre instituições e disciplinas, com a presença de mais de 450 pesquisadores da Austrália, dois terços deles sendo jovens no início de suas carreiras.
“Cientistas no início de carreira vão estabelecer mais oportunidades de engajamento com a indústria e o governo, enfatizando que a preservação e o futuro da Antártica dependem do esforço da comunidade”, aponta a nota.
Segundo os cientistas, o manto de gelo do leste da Antártica tem água o suficiente para aumentar em até 50 metros os níveis de mares ao redor do planeta caso derreta completamente.
Essa região pode ter implicações nas cidades costais da Austrália, logo, prever o quanto essa área vai contribuir para o aumento do nível do mar é essencial para o bem-estar da comunidade global.
As mudanças têm sido enormes: estudos recentes apontam diminuições das geleiras, ondas de calor com 40ºC ou mais, e aumento da instabilidade das plataformas de gelo.
Outras consequências como a transformação dos ecossistemas da terra e do mar também foram observados. Não se sabe quais dessas mudanças já não são mais irreversíveis.
“Nossas sociedades devem estabelecer e cumprir metas para diminuir as emissões de carbono o mais rápido possível. Não conseguir reduzir as emissões rapidamente, a cada ano e a cada tonelada, compromete o nível do mar para gerações atuais e futuras.”
De acordo com o grupo, essa é a importância de ter uma nova leva de pesquisadores comprometidos em resolver essas crises e identificar novas oportunidades de engajamento com projetos focados no futuro da sociedade.
“Toda fração de um grau importa”, finalizam.
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