Crianças 31/10/2024 19:38
Forma de brincar com pais impacta como filhos tratarão seus coleguinhas
O novo estudo identificou padrões de interação mãe-filho na infância. O objetivo foi descobrir como pessoas que cuidam e criança interagem durante as brincadeiras.
Psicólogas da Universidade da Geórgia (UGA), nos EUA, acabam de divulgar um estudo, no qual propõem que brincar pode ser uma atividade muito séria.
Segundo as autoras, a forma como pais e filhos interagem juntos em brincadeiras pode ser determinante na forma como as crianças pequenas tratarão outras no futuro.
Publicado na revista Developmental Psychology, o artigo explica como um “acoplamento dinâmico da sensibilidade materna e comportamentos responsivos/assertivos de crianças pequenas prevê o comportamento das crianças em relação aos colegas durante os anos pré-escolares”.
O novo estudo identificou padrões de interação mãe-filho na infância. O objetivo foi descobrir como pessoas que cuidam e criança interagem durante as brincadeiras.
“Não é apenas o que a mãe faz quando está interagindo, e não é apenas o que a criança faz quando está interagindo”, afirma a autora principal do estudo, Niyantri Ravindran, professora da UGA, mas “como seus comportamentos estão ocorrendo juntos”, diz ela em um comunicado.
O estudo utilizou dados coletados pela Universidade de Illinois, durante sessões de brincadeira entre 120 mães e seus filhos pequenos em uma sala de jogos de laboratório.
Na pesquisa atual, as autoras acompanharam aquelas crianças durante os seus dias de pré-escola para ver como elas interagiam com seus novos colegas enquanto brincavam.
Depois de seis meses, as autoras juntaram as crianças com outras que nunca tinham visto e acompanharam suas interações.
Finalmente, quando as crianças do experimento inicial tinham cerca de quatro anos e meio, as pesquisadoras trouxeram de novo as crianças participantes para brincar com um amigo íntimo.
Focando nos comportamentos capacidade de resposta e assertividade, o estudo mostrou que mães sensíveis e filhos que respondiam positivamente apresentavam uma forte conexão, resultando em maior capacidade de resposta com amigos.
Da mesma forma, quando as mães eram sensíveis e os filhos assertivos, as crianças apresentavam maior assertividade com colegas desconhecidos.
Embora interagir com amigos seja uma coisa que você faz de forma natural, principalmente porque já sabe o que esperar do outro, conhecer uma pessoa pode ser muito estressante, especialmente para crianças.
Esse desafio de tomar a iniciativa e se afirmar, de forma respeitosa, demanda autoconfiança e algumas habilidades a mais.
Assim como ninguém quer que seu filho seja totalmente submisso e nunca tome a iniciativa, explica Ravindran,
“Você também não quer uma criança que seja mandona e nunca ouça as sugestões das outras. Ter um equilíbrio entre esses dois comportamentos pode ajudar a resultar em crianças mais socialmente competentes”, diz a psicóloga.
No final das contas, a ideia principal do estudo é que, embora estejam no comando na maioria do tempo, dizendo aos filhos o que fazer, os pais devem aproveitar a quebra dessa “hierarquia” durante os jogos, para permitir que as crianças tomem a iniciativa, e liderem.
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