Empresas 30/10/2024 15:01
Essa rede de coxinhas do Nordeste começou com R$ 90. Agora fatura R$ 69 milhões e chega a São Paulo
Pelo menos é o que mostra um levantamento do TasteAtlas, que classificou o aperitivo entre os 100 melhores pratos fritos do mundo — e o favorito do Brasil.
Risoles, pastéis, empadas. Nada fica no páreo da coxinha, o salgado mais amado pelos brasileiros.
Pelo menos é o que mostra um levantamento do TasteAtlas, que classificou o aperitivo entre os 100 melhores pratos fritos do mundo — e o favorito do Brasil.
Foi essa paixão nacional que chamou a atenção do empresário Pablo Farias e fez com que ele criasse a Loucos por Coxinha, uma rede que hoje, 10 anos após a fundação, fatura 69 milhões de reais por ano com lojas no Norte e Nordeste.
Agora, dará um passo importante em sua expansão.
A empresa está chegando também à região sudeste, com a primeira loja em São Paulo. Será a unidade de número 100. Um salto e tanto para uma empresa que começou vendendo coxinhas em carrinhos de rua e quiosques improvisados em bairros de Natal.
“Comecei com um investimento de 90 reais e um carrinho de coxinha no bairro do Alecrim”, diz Farias.
Hoje, as lojas se espalham por estados como Pernambuco, Ceará e Alagoas, e a rede ainda produz seus próprios salgados em uma fábrica de 60.000 metros quadrados em Macaíba, a 30 quilômetros de Natal.
Nascido em Campina Grande, na Paraíba, e morador de Natal há mais de 40 anos, Pablo Farias sempre teve vontade de empreender – vontade essa que nasceu das tentativas de seu pai e avós, comerciantes no interior do nordeste.
“Meu pai era comerciante em Campina Grande e mexia com mimeógrafo, aquela copiadora que tinha cheiro de álcool”, diz. “Eu cresci nesse ambiente, brincando no final de semana, e sempre envolvido de algum jeito nos negócios deles. Essa foi minha base.”
Inspirado, ele começou a trabalhar cedo, mas enfrentou dificuldades.
“Quebrei três vezes e meia”, brinca Farias, ao lembrar as empreitadas que não deram certo e as dívidas que acabou herdando.
A solução final veio em 2013, depois de deixar um cargo no Sebrae para, mais uma vez, tentar seu próprio negócio.
Com a popularização do modelo de food truck em São Paulo, Farias teve a ideia de vender coxinhas em um formato novo, que pudesse atrair clientes de todas as idades e contextos.
“O nordestino ama coxinha, então pensei: por que não vender coxinha no cone? Era algo que o pessoal ainda não conhecia muito, e começou a se popularizar em São Paulo”, diz.
Ele e um amigo, ambos sem recursos, decidiram vender o carro para financiar a primeira produção, e foi aí que a brincadeira virou negócio.
O primeiro carrinho, localizado no bairro do Alecrim, logo chamou a atenção. A marca e o conceito de coxinhas em cone chamaram a atenção dos consumidores de Natal. Rapidamente, Farias conseguiu atrair franqueados, chegando a 13 carrinhos em operação ainda em 2014.
O sucesso dos carrinhos foi o ponto de partida, mas o modelo de rua não era viável para sustentar o crescimento que Farias tinha em mente.
“O plano sempre foi profissionalizar o negócio, sair da rua”, diz ele.
Em 2015, a Loucos por Coxinha abriu seu primeiro quiosque em shopping, modelo que foi reproduzido em outros locais e que, hoje, é o principal formato da rede.
Em 2016, o crescimento acelerado e a falta de estrutura para suprir a demanda motivaram a criação de uma pequena fábrica em Natal.
Essa unidade inicial, com cerca de 200 metros quadrados, logo ficou pequena. Em 2022, a rede inaugurou um centro de produção de 60.000 metros quadrados que fabrica mais de 2 milhões de coxinhas por dia.
Foi essa estrutura que permitiu expandir o portfólio, trazendo sabores novos, mini churros e kibes para os pontos de venda: hoje, 85 lojas abertas e pelo menos outras 15 em contrato.
O próximo passo da Loucos por Coxinha agora é conquistar o Sudeste.
A primeira unidade de São Paulo será inaugurada ainda em 2024 e faz parte de um plano de expansão que busca chegar a 350 unidades até 2029.
Entre as cidades do interior paulista previstas para novas lojas estão
“Estamos prontos para o mercado paulista, que é muito competitivo, mas tem um público aberto ao novo”, afirma Ayrton Carvalho, executivo de franquias da marca.
O modelo de expansão para o Sudeste inclui também a venda em supermercados, uma aposta feita durante a pandemia, quando as lojas físicas ficaram temporariamente fechadas.
Hoje, a operação de varejo responde por 40% do faturamento da Loucos por Coxinha, que conta com uma operação própria de distribuição e transporte.
“A pandemia foi desafiadora, mas nos deu a chance de testar esse modelo. E a aceitação foi ótima”, afirma Farias.
Para atender a demanda, a rede manteve os diferentes formatos de franquias: os modelos mais baratos incluem o container, com um investimento inicial de 132.000 reais, enquanto os quiosques em shopping exigem 233.000 reais.
De acordo com a marca, o prazo de retorno do investimento é de até 24 meses, e a margem de lucro esperada fica entre 14% e 16%.
Descrição Jornalista
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