Artur Jorge trocou um time que estava disputando a Liga dos Campeões pela primeira aventura da carreira fora da Europa.
O filho de Braga, clube que defendeu praticamente a vida inteira, foi escolhido a dedo por John Textor para tocar o projeto do Botafogo em 2024.
E tem dado resultado até o momento: o Alvinegro lidera o Brasileirão e disputa o jogo de ida da semifinal da Conmebol Libertadores contra o Peñarol, nesta quarta-feira.
O português chegou ao Alvinegro em abril, com a competição internacional em andamento. O clube carioca iniciou a campanha ainda na fase preliminar, passando por Aurora e Red Bull Bragantino, e superou um início de duas derrotas seguidas na fase de grupos.
– O Botafogo confirmou aquilo que eu pensava, de ser um gigante adormecido, que com um projeto, com uma meta bem definida, me cativou para um desafio. E, para mim, importante também, era a adrenalina que eu sentia de poder estar fora da minha zona de conforto. Portanto, vir para o Botafogo foi uma decisão fácil para mim, que superou as minhas expectativas, ao dia de hoje, tendo em conta aquilo que eu tenho vivido dentro deste clube – afirmou Artur em entrevista ao site da Fifa.
É a primeira vez desde 1973 que o Alvinegro disputa a semifinal da Libertadores. O clube nunca chegou à decisão – e isso é uma meta colocada pelo comandante.
– Este, para mim, é um objetivo muito, muito importante, tendo em conta que foi um longo percurso, que não começou comigo nos playoffs que foram feitos. Mas onde, em dado momento, na fase de grupos, estávamos dados como mortos para a competição, e uma vez mais mostramos o que temos enquanto interior, o que somos, quando acreditamos naquilo que fazemos e naquilo que temos como meta – analisou.
– O meu maior conforto é olhar para o desafio que está à minha frente. Sei que a Libertadores, e estamos a falar de 30 de novembro, é um objetivo que eu tenho, não vou deixar de o assumir também. Eu tenho pessoalmente, e tenho enquanto líder de um clube, líder de um grupo de jogadores que tem essa mesma ambição, mas nesta altura eu tenho que pensar de uma forma mais calculista: saber que é importante. Não estou a pensar se a história será diferente antes ou depois de mim, estou a pensar em que posso deixar uma pegada de história também. E essa pegada seria muito importante, não só pelo trabalho que temos feito, mas também porque é muito importante para o clube ter uma marca no seu crescimento. Uma marca física, nesta altura com duas aberturas, sendo uma delas nacional e outra internacional. Vamos tentar com que possamos ter essa marca no final do ano – completou.
Relação com Luiz Henrique
Luiz Henrique é um dos destaques do Botafogo para o confronto contra o Peñarol. Com holofotes até pela Seleção na última data Fifa, o camisa 7 tem onze gols no ano e já vive a temporada mais artilheira da carreira.
– O Luiz é um jogador que tem uma necessidade de algo mínimo especial, tem necessidade de ter uma pessoa que o incentive, que o estimule, porque é um jogador com um talento individual acima da média. Tem uma capacidade, olhando para sua capacidade futebolística de um para um, de explosividade, de arranque, de finalização acima da média e é um jogador que nós queremos também pela sua idade, pela sua experiência não tão bem conseguida inclusive na Europa, de nós podermos capitalizar o hoje ele nos dá não só no time, como na Seleção também – analisou Artur.