Futebol 22/10/2024 08:49
Botafogo e Peñarol fizeram jogo com quatro expulsos, fratura e queixas de violência na Copinha em 1993
Jogo dos juniores antecedeu a final da Copa Conmebol, que terminou com título alvinegro
Quando se fala em Botafogo e Peñarol, o torcedor alvinegro, naturalmente, lembra da final da Copa Conmebol que deu o título aos cariocas em 1993.
O que poucos sabem é que, naquele mesmo ano, os clubes se enfrentaram pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, em São Caetano do Sul.
Há poucos registros da polêmica e esquecida partida.
A edição de 1993 da Copinha marcou o retorno de times estrangeiros convidados à competição.
Além do Peñarol, o o Boca Juniors, da Argentina, participou do torneio. E os uruguaios entraram no caminho do Botafogo.
O que era para ser um jogo tranquilo pela primeira fase entre jovens atletas terminou com quatro expulsos e um jogador do Botafogo com a mão fraturada.
O placar final foi 1 a 1. Três titulares do time carioca na Copinha sagraram-se campeões continentais meses depois: os laterais Eliomar e Clei, e o atacante Marcos Paulo.
A edição do Jornal dos Sports do dia seguinte trouxe a indignação de Paulo Emílio, então técnico do time profissional do Botafogo, que assistiu à partida no local.
– Paulo Emílio ficou revoltado e assustado com a violência dos uruguaios na partida em que o Botafogo empatou em 1 a 1 com o Peñarol. “Eles deram pra valer”, queixou-se. Neste jogo, dois jogadores alvinegros foram expulsos – Marcelo e Dedé -, e um saiu de campo com fratura na mão – Moisés – publicou a edição do dia 12 de janeiro de 2024.
– Acho que, pela rivalidade, os clubes do Uruguai da Argentina não deveriam participar deste torneio de juniores – disse o treinador ao jornal.
Destaque do time, o lateral Eliomar não recorda do jogo.
Em contato com o ge, ele apenas traz lembranças da Copa Conmebol, até porque estava em transição para o elenco profissional. Apesar da falha de memória, ele chegou a ser elogiado pelo então treinador, na mesma edição do jornal.
– Paulo Emílio exaltou quatro jogadores: os laterais Eliomar e Clei, o ponta-de-lança Regílson e o ponta-esquerda Dedé.
“Eles estão provando que já podem ser incluídos no elenco de profissionais do clube. Trata-se de excelentes jogadores, sendo que o Regílson já atuou no último Campeonato Estadual e fez até gol” – lembrou Paulo Emílio, que faleceu em 2016.
No livro “1993 A Estrela Solitária brilha na América”, o autor Bernardo Pasqualette menciona o jogo fatídico e traz uma entrevista de 1993 do lateral Clei, que faleceu três anos depois. Às vésperas da decisão no Maracanã, contra o mesmo Peñarol, mas na final da Copa Conmebol, o defensor reclamou do encontro entre juniores.
– Quando enfrentei o Peñarol na Taça São Paulo, um zagueiro me rasgou o meião, a caneleira e a canela – disse o jogador.
– Durante a pesquisa me chamou a atenção o jogo contra o Peñarol pela Copinha, uma coincidência ter no mesmo ano um jogo de aspirantes e uma final continental, incluindo alguns jogadores que disputaram as duas partidas. Espero que este espirito vitorioso de 1993 possa inspirar nossos jogadores em campo e, mais importante de tudo, que no final possamos vencer o Peñarol mais uma vez – disse o autor do livro, que é advogado e também torcedor do Glorioso.
O ge também fez contato com o atacante Marcos Paulo, que subiu ao profissional daquele ano, depois da Copinha.
Ao contrário de Eliomar, ele recorda do jogo ter acontecido e dos principais momentos, como a fratura na mão do companheiro, mas não tem tantos detalhes. O que guarda são fotos e artigos usados por ele em uma espécie de museu em casa.
Descrição Jornalista
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