Pesquisa 18/10/2024 11:21

A filosofia do slow living está cada vez mais em alta na sociedade

A empresa Asana ergueu uma pesquisa em 2022 em que analisou mais de 10 mil trabalhadores em 7 países e descobriu que 70% deles experimentaram burnout no último ano.

A empresa Asana ergueu uma pesquisa em 2022 em que analisou mais de 10 mil trabalhadores em 7 países e descobriu que 70% deles experimentaram burnout no último ano.

Os índices variam conforme as gerações, sendo que 84% da geração Z relata sofrer de exaustão e 74% dos millennials passam pelo mesmo.

Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, a doença não se trata apenas de um cansaço mental ou físico, mas uma exaustão tão extrema e crônica que pode levar a picos de ansiedade paralisantes, cefaleia, pressão alta, alterações no apetite, dores musculares, insônia e depressão.

Sem contar com doenças psicossomáticas, como quedas de cabelo, alergias de pele e outros tipos de transtornos de estresse, como o bruxismo.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Segundo a pesquisa do Asana, 84% da geração Z relata sofrer de exaustão e 74% dos millennials passam pelo mesmo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Com isso, o Departamento do Trabalho dos EUA viu um fenômeno acontecer mesmo em meio ao período devastador causado pela pandemia de covid-19 no começo de 2020: ampla oportunidade de empregos é fruto dos altos níveis de demissões voluntárias.

Isso foi o resultado de um efeito rebote devido à quantidade de pessoas adoecendo por não conseguirem mais estabelecer um limite entre a vida pessoal e o trabalho, além de um sentimento de insatisfação geral.

A culpa é dos meios de produção, das normas culturais, das políticas de trabalho e do avanço inexorável do capitalismo em busca de fabricar e construir cada vez mais.

Portanto, milhares de pessoas pelo mundo que ainda não estão sofrendo de nenhum sintoma de exaustão clínica ou já experimentaram o burnout, estão abandonando seus trabalhos e aderindo um novo estilo de vida, o slow living.

Petrini, o precursor

(Fonte: GettyImages/Reprodução)
O slow living é um movimento que prega a desaceleração e visa um estilo de vida mais consciente e sustentável. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Em uma sociedade em que trabalhar é sinônimo de status, ganhar dinheiro é uma conquista e se manter ocupado é motivo de orgulho, não fazer nada por um ano inteiro ou simplesmente se ocupar com trabalhos que não requerem esforço, progresso, produtividade ou conquistas – é algo que pode parecer chocante, mas está cada vez mais em alta.

slow living prega a desaceleração e visa um estilo de vida mais consciente e sustentável, focado em fazer o mínimo possível no trabalho para preservar energia para outras atividades, como hobbies, relacionamentos ou autocuidado.

Nesse modelo, bom status financeiro e a carreira profissional deixam de ser um objetivo que precisa ser perseguido a todo o custo.

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista