— Não há outra forma. Queremos continuar a ganhar. Porque esse time não se cansa de ganhar. Jogamos todos os jogos para ganhar — completou.
Artur Jorge também explicou o que foi citado como o momento decisivo da partida: as substituições.
No caso, a entrada de Tiquinho Soares e Matheus Martins nos lugares de Luiz Henrique e Savarino. Ele afirma que isso fez parte da estratégia do Botafogo para ter mais jogo pelo meio.
— Nós fizemos uma alteração forçada na primeira parte, eu diria que nós tentamos quando fizemos a segunda, essa sim por estratégia, quando trocamos o Mateo pelo Tchê Tchê, foi no sentido de ter um jogador com mais definição, que poderia acrescentar mais no jogo interior, uma vez que o Luiz estava procurar mais a lateral. Então com uma zona de conforto boa para ele, estávamos a construir praticamente com quatro jogadores: Marlon, Gregore, Bastos e Barboza. Portanto tínhamos todos os outros seis com missão mais ofensiva. Fizemos essa alteração no sentido de ter mais um homem na frente e quando fizemos a última, restava só uma parada, optamos por trocar três homens para ter mais energia. Não mexemos antes porque a equipe estava bem, criando, sendo dominantes… Sendo que Danilo com mais funções defensivas para substituir o Gregore que já tinha amarelo.
Com a vitória, o Botafogo assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro com 50 pontos, enquanto o Fortaleza cai para o segundo lugar, com 48.
O Alvinegro volta a campo no dia 14 de setembro para enfrentar o Corinthians, às 21h, no Nilton Santos.
Confira outras respostas de Artur Jorge:
Venceu quem utilizou melhor as peças?
“Não diria só isso, venceu aquele que mais procurou ganhar. Acho que há aqui uma diferença de estratégia. A que nós adotamos claramente foi essa de sermos dominadores termos o controle desde início. Tivemos o mérito de não deixar o adversário criar grandes ocasiões, de estarem muitas vezes perto da nossa área. Fizemos exatamente isso tanto na primeiro como na segunda parte, com uma forte reação à perda da bola, por exemplo. Uma equipe muito que pressiona muito, sólidos defensivamente e com um sentido coletivo para não deixar adversário aproveitar as transições, que era a sua maior intenção para este jogo, com dois jogadores rápidos na frente como o Breno e o Moisés nos corredores. Conseguimos anular isso, fizemos um jogo tático muito bom. E mantivemos a paciência do nosso jogo posicional para não desmontar aquilo que tínhamos definido como plano. E foi um volume grande de jogo ofensivo que criamos, com oportunidade, circulação, muita posse de bola… Por isso com capacidade para finalizar duas das oportunidades que criamos e fechar em 2 a 0”
Cuiabano:
“Queixou-se na coxa, sim, mas não sabemos a gravidade do que possa ser. É muito cedo. Mas vamos ter essa parada (Data Fifa) que vai ser importante e vai ajudá-lo para que possa recuperar”
Tirou Luiz Henrique por reação da torcida?
“Por vaiar? Não! Não faço substituições por torcida. Nunca fiz nem farei. Luiz Henrique, se calhar, teve um jogo menos inspirado. Já teve outros que foi de tremenda inspiração. Hoje teve algumas dificuldades para encontrar o seu momento, seu espaço. Teve ainda assim oportunidades de finalizar e servir. Não foi dos jogos mais felizes do Luiz, creio que todos estamos de acordo com relação a isso. Mas sua substituição é o que expliquei antes, gente com energia nova, competente e capaz também para manter a equipe em zonas muito altas. Portanto temos que ter o controle das expectativas, não só nós, técnicos, vocês imprensa, a própria torcida. Todos nós damos o nosso melhor, há uns dias melhores que outros. Hoje fizemos um jogo coletivamente muitíssimo bom”
Botafogo sofrendo menos lesões:
“É curiosa a questão do Cuiabano porque ele sequer jogou o jogo anterior, então não é questão de carga acumulada. É uma questão pontual, vamos avaliar qual a extensão dessa lesão, mas não creio que seja muito grave. Vamos esperar para ver, mas temos tido controle. E quando pergunta o que temos feito, é um trabalho intenso, bom trabalho de prevenção e de recuperação também. Portanto é um trabalho abrangente: muita gente, muitas áreas, muita ciência para termos os jogadores como temos tido. Acho que não há dúvidas, é uma equipe que fisicamente tem estado muito capaz por aquilo que joga os 90 minutos, a intensidade, trocando quem trocar. Condição de excelência, estamos satisfeitos com isso. Muita gente que não aparece no dia a dia, mas que é muito importante”
Data Fifa:
“Vamos parar alguns dias, já tinha conversado com eles sobre essa possibilidade. Precisamos disso também, faz parte do trabalho o descanso também”
Êxito em sequência difícil:
“Este foi um mês muito intenso para nós, de fato. Não só em número de jogos, mas de exigência em cada um deles. Tivemos muitos jogos importantes, por exemplo, uma eliminatória de Libertadores, jogar contra equipes que estão nos primeiros lugares… Tivemos um mês que podemos estar satisfeitos com o nosso desempenho, com o que fizemos até agora. E particularmente nesse mês que foi de grande exigência. Na Data Fifa voltaremos a treinar para manter o mesmo nível e poder continuar a ganhar. São 13 jogos que faltam para o campeonato, que começam já com o Corinthians. Temos que desfrutar desta parada, que é pouco comum para todos nós, tirar alguns dias para a cabeça limpar do jogo ou do treino. Mais dois e três dias estaremos virados para o Corinthians”
Fase de Igor Jesus:
“O Igor é um jogador que cada vez está mais entrosado com todo o elenco, com a ideia que nós queremos para sua posição específica e para aquilo que é o seu comportamento da dinâmica do time. Jogador que tem capacidade muito forte de integração, competência, e isso ajuda sempre para ter uma integração mais fácil, com resultados imediatos. Não me refiro só aos gols marcados, mas também ao seu desempenho. É um jogador que está para nos ajudar como todos os outros. Chegou há pouco tempo, mas está identificado aos valores, à ideia deste novo Botafogo. E veste de fato essa camisa porque tem todos os seus comportamentos da identidade Botafogo”
Balanço dos reforços na janela:
“Nós procuramos acima de tudo fazer reajustes, como todos os outros, tendo em conta nossos próprios objetivos. Que são também ter consistência das nossas exibições. Podemos estar na luta e brigar por decisões, para nós é importante. E fizemos um trabalho que é de toda uma estrutura, de pessoas que trabalham em função do Botafogo, para que possamos ter uma equipe cada vez mais forte. Creio que acrescentamos de fato valor, conseguimos trazer peças importantes para dentro de um time que já é comprometido. Tivemos em conta também o perfil que procuramos, não só nas suas competências técnica ou táticas, mas o que é poder o encaixe dentro dos valores que volto a falar, valores Botafogo. Para ter essa ambição, carregados de determinação, e tivemos essa capacidade. Alguns já demonstraram mais ativos desde que chegaram, outros em processo de procura de espaço porque não podem jogar todos (risos). Temos que ter essa noção. E podemos esperar o que temos para apresentar até amanhã e concluir um trabalho que é feito há algum tempo”