Governo Federal 08/12/2023 08:14
EXCLUSIVO: da Petrobras à Casa Civil, as seis mudanças que Lula pretende promover
Líderes partidários do Centrão já mapearam vagas no primeiro escalão que podem ser alvo da reforma ministerial
Líderes do Centrão mapearam pelo menos seis vagas no primeiro escalão do governo que podem ser alvo da reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará no próximo ano.
Pressões de partidos da base aliada, incluindo o PT, defendem que a troca ocorra já em janeiro. O presidente, porém, pode deixar esse processo para março, quando alguns aliados deixarão a Esplanada dos Ministérios para concorrer às eleições municipais de 2024.
Partidos como PSD, Republicanos e PP estão de olho nas movimentações que ocorrerão nos próximos meses para cobrar mais espaço no governo.
O argumento central é de que essas legendas são vitais para garantir a aprovação da pauta econômica no Congresso e têm menos espaço que partidos considerados pequenos, como PSB.
Confira abaixo as possíveis movimentações no governo
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, sofre com o fogo amigo de colegas de Esplanada que criticam o estilo de trabalho do ex-governador da Bahia. Direto nas cobranças e pouco afeito ao mise em scène político, Costa é um alvo constante.
Entretanto, o ministro tem total respaldo de Lula, avaliam líderes governistas no Congresso, por ter tocado com êxito todas as missões delegadas pelo presidente. Diante das críticas, o político baiano intensificou as reuniões com parlamentares e tem participado da articulação política.
Lula não cogitava substituir Costa, mas a insatisfação com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, mudou o jogo. Agora, ele considera nomear o ex-governador da Bahia ao comando da petroleira.
A avaliação interna é a de que Costa teria mais pulso para tomar as decisões de interesse do governo.
A queixa é que Prates não cumpre os acordos firmados e faz anúncios sem alinhar com Lula, segundo a EXAME apurou.
No caso mais recente, Lula fez uma crítica ao anúncio de Prates de que a Petrobras abriria uma subsidiária na Arábia Saudita. Com isso, Prates corre o risco de deixar o posto e Costa ser realocado no comando da Petrobras.
De maneira embrionária, líderes do Centrão e parlamentares governistas especulam nomes como o do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), como potenciais sucessores à Casa Civil.
Renan Filho tem sido um portador de boas novas do governo, com execução de obras e investimentos à frente de sua pasta.
No caso de Lira, a solução seria trazer para o governo um líder com peso político semelhante ao de José Dirceu.
Entretanto, não está claro se os dois — Lula e Lira — topariam. Lira, dizem interlocutores, teria disposição em assumir o Ministério da Saúde, hoje na cota do PT.
Pereira tem boa relação com partidos de esquerda e reforçaria a aproximação do governo com os evangélicos, eleitorado mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, deve deixar a pasta para concorrer à prefeitura de Olinda, em Pernambuco.
Em agosto, Luciana admitiu publicamente essa possibilidade durante visita ao Porto Digital, no Recife, capital pernambucana.
“Esse é um debate que a gente está fazendo internamente. Claro, com as forças políticas. No caso específico, isso não está descartado. Seria uma possibilidade, não nego”, disse Luciana Santos, em entrevista coletiva à época.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, também deve deixar a Esplanada em março, para concorrer à prefeitura de São Vicente, no litoral de São Paulo, cidade que já comandou no fim da década de 1990 e no início dos anos 2000.
França, dizem interlocutores, não ficou satisfeito ao deixar o Ministério de Portos e Aeroportos e quer se reaproximar dos eleitores para alçar voos maiores nos próximos anos.
O ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, deve deixar o posto para concorrer à prefeitura de Aracaju, capital de Sergipe.
Macedo foi eleito deputado federal nas últimas eleições e deve ter como principal cabo eleitoral o presidente Lula.
Com a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, Lula terá de escolher um novo chefe para a pasta.
Ainda está em cogitação dividir o Ministério em dois, recriando a pasta da Segurança Pública. Entretanto, não está definido esse novo formato e quem será o escolhido ou os escolhidos para as vagas.
A movimentação, e as especulações, seguirão a todo vapor durante o recesso. A única certeza é que haverá uma Esplanada dos Ministérios repaginada em 2024.
Deu em Exame
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