Economia 15/06/2022 19:00

Taxa básica de juros sobe para 13,25%, o maior patamar desde 2016

É a 11ª elevação consecutiva de uma série iniciada em março de 2021, em mais uma tentativa do BC para conter a inflação

Pela 11ª vez seguida, a taxa básica de juros do país, a Selic, sobiu mais 0,50 ponto, na tentativa de conter a escalada da inflação. O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (15) elevar o percentual de 12,75% para 13,25% ao ano.

Com isso, os juros básicos atingiram o maior patamar desde dezembro de 2016, quando a taxa estava em 13,75%. É a 11ª alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que começou em março de 2021, com a Selic na mínima histórica de 2%, acumulando 11,25 pontos de ajuste.

Assim, a taxa de juros tende a funcionar como um instrumento de política monetária para reduzir os preços. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento pelas famílias.

Cenário de incertezas

A inflação persistente no Brasil, o impacto da guerra da Ucrânia e o temor de problemas fiscais, com proposta de baixar o valor do diesel com subsídios e cortes de impostos, formam o cenário de incertezas para a economia.

A expectativa é se o ajuste vai encerrar o ciclo de alta dos juros ou se novas altas serão necessárias para conter o avanço dos preços. A última avaliação dos economistas consultados semanalmente pelo BC é que o nível persista ao menos até o fim deste ano.

A inflação oficial do país, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), registrou em maio a segunda desaceleração seguida, com 0,47%. A alta acumula 4,78% neste ano e 11,73% nos últimos 12 meses, o dobro do teto da meta para 2022.

A nova taxa básica ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do Copom voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

Como funciona a Selic

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimo ou financiamento. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

Deu em R7

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista