Vacina 20/12/2021 08:00
Vacina em criança só com receita médica e aval dos pais, diz Bolsonaro
Presidente também voltou a atacar a Anvisa, ao afirmar que decisão da agência de liberar vacinação para público infantil é "inacreditável"
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu neste domingo (19/12) a exigência de receita médica para liberar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
Durante conversa com apoiadores, no Guarujá, litoral paulista, o chefe do Executivo federal ainda voltou a falar que a imunização do público infantil precisa da autorização dos pais.
“O que pretendemos fazer? Vacina para crianças só se autorizada pelos pais. Se algum prefeito, governador ou ditador quiser impor é outra história, mas do governo federal tem que ter autorização dos pais e uma receita médica”, declarou.
Na conversa, o presidente também disse que a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberar a aplicação da vacina da Pfizer/BionTech contra a Covid-19 para o público pediátrico de crianças de 5 a 11 anos é “inacreditável”.
“Estamos trabalhando. Nem a tua é obrigatória, é liberdade. Criança é coisa muita séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos. É inacreditável – desculpa aqui –, o que a Anvisa fez. Inacreditável. […] Se depender de mim, é o pai que decide. Você que decide. Não é governador, não”, disse o presidente.
A liberação da agência reguladora ocorreu na última quinta-feira (16/12). No mesmo dia, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que não interfere no órgão, mas que pediu o nome de quem aprovou a vacinação do público infantil.
“A Anvisa não está subordinada a mim – deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e, obviamente, formem o seu juízo. […] Você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacinação a partir de 5 anos para o seu filho”, disse o presidente na ocasião.
No dia seguinte, a Anvisa divulgou dura nota, na qual disse “repudiar e repelir com veemência qualquer ameaça explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias do órgão”.
Nesse sábado (18/12), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o “tema sensível” requer “uma análise mais aprofundada” da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI). Segundo o ministro, em 4 de janeiro, será realizada uma audiência pública, na sede do órgão do Executivo, para discutir o assunto. O ministério deve ter uma decisão final sobre a vacinação infantil em 5 de janeiro.
A câmara técnica citada por Queiroga, no entanto, já se manifestou a favor da imunização para o público infantil. O órgão foi criado em agosto deste ano para ajudar o governo a elaborar as políticas de vacinação contra a doença.
Durante reunião na última sexta-feira (17/12), os integrantes do órgão recomendaram, de forma unânime, a aplicação da vacina da Pfizer/BionTech em crianças.
Ao se manifestar de forma favorável, os técnicos do órgão argumentaram que 2.978 crianças de 5 a 11 anos foram diagnosticadas com Covid-19 em 2020, das quais 156 morreram.
Em 2021, até 6 de dezembro, as contaminações na faixa etária aumentaram para 3.185 ocorrências, sendo registradas 145 mortes.
Em nota pública divulgada nesse sábado (18/12), a CTAI ainda disse que países como Canadá, Estados Unidos, Israel e integrantes da União Europeia já aprovaram o uso da vacina da Pfizer para o público pediátrico.
Deu em Metrópoles
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