Energia. 06/08/2021 08:19
É perigoso usar celular enquanto ele está carregando?
Você já deve ter feito isso: mexer no celular enquanto o aparelho está conectado ao carregador, na tomada. Talvez você até já tenha usado o fone de ouvido enquanto o telefone é carregado.
Você já deve ter feito isso: mexer no celular enquanto o aparelho está conectado ao carregador, na tomada. Talvez você até já tenha usado o fone de ouvido enquanto o telefone é carregado.
E, se você recebeu um vídeo que está circulando no WhatsApp, deve ter se assustado.
Nele, um homem usa um aparelho para “provar” que um celular carregando passa corrente elétrica e pode dar choque.
“Isso significa que o celular está energizado e que é um perigo você falar no celular com ele carregando. Pode ser fatal”, diz o homem em tom de alerta ao mostrar que o dispositivo detecta tensão no cabo e no próprio aparelho.
Especialistas consultados pela BBC News Brasil dizem que o risco existe – apesar de ser bastante reduzido caso o carregador e a bateria do celular sejam originais e estejam em bom estado de conservação.
“Nem carregador nem celular são construídos para dar choque ou explodir. Eles nascem para serem seguros. Mas se houver falha no carregador, principalmente nos não originais, ou na própria bateria, pode ter problemas. Então, se pode acontecer, a recomendação é que a pessoa não faça o uso do aparelho com ele carregando”, diz o engenheiro eletricista Edson Martinho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Considerando o número de celulares existentes no Brasil e quantas vezes por dia eles são carregados, não são tão “comuns” os acidentes. Mas eles acontecem.
Levantamento da própria Associação mostra que, só no primeiro semestre de 2021, foram registradas 10 ocorrências de choque elétrico causado no ato de carregamento, com 6 óbitos. Houve ainda 3 casos de incêndio por sobrecarga.
Em um dos casos mais recentes, uma mulher morreu no interior de Pernambuco após levar choque em celular conectado à tomada.
Os carregadores de celular normalmente têm um transformador e outros componentes que vão converter a corrente alternada de 110, 127 ou 220 volts (depende da sua tomada) em uma corrente contínua entre 5 e 9 volts – uma tensão muito baixa para dar choque.
Para reduzir custos, porém, fabricantes de carregadores não originais podem eliminar algumas medidas de segurança que protegem o usuário.
O próprio Martinho conta que já fez um experimento em casa com carregadores “piratas”, utilizando um detector profissional: “Fiz um teste na saída do celular, e dava 50 volts”, diz.
Outro ponto que pode influenciar o experimento é a possibilidade de o aparelho captar, na verdade, ondas eletromagnéticas geradas na passagem da corrente pelo fio do carregador e pelo celular.
“Com passagem da corrente, ali tem um fluxo de elétrons. E isso gera, em torno do cabo, um campo elétrico e magnético. Esse tipo de aparelho tem a sensibilidade de identificar que ali existem essas cargas eletrostáticas, mas isso não quer dizer que vai dar choque”, explica Marcony Melo, especialista em Eficiência Energética da Enel, a concessionária de energia elétrica que atua em Estados como São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro.
“Agora, se o carregador estiver quebrado, com isolamento rompido, ou for de má qualidade, há um risco.”
Outro ponto importante para diminuir a possibilidade de acidentes é ficar longe de um aparelho carregando durante um temporal, com raios.
Essas descargas atmosféricas geram um campo magnético que induz na rede de energia uma tensão muito maior. E isso pode levar a problemas não só para um carregador, mas para qualquer aparelho conectado à rede de energia.
De acordo com Melo, o risco é maior se levar o aparelho ao ouvido para atender uma ligação ou usar fones. Ter o aparelho apenas na mão (para mexer em aplicativos e redes sociais) e estar calçado diminuem ainda mais a chance de acidentes.
Deu na BBC
Descrição Jornalista
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