“Por trás da operação, estão estruturas conhecidas como farms — fazendas, em inglês, referência à criação e cultivo de milhões de perfis falsos.”
O jornal testou o funcionamento de um desses sites e criou perfis no Twitter e no Facebook
“Por R$ 109,90, um pacote que dá direito a 2 mil curtidas em um post no Facebook foi comprado. (…) Com mais R$ 239,90, foi possível ‘investir’ num lote de 10 mil seguidores no Twitter.”
Uma publicação no Facebook com a mensagem “Vote em José Silva 2018” alcançou 256 curtidas — um número alto para a insignificância do conteúdo, mas pouco acima de 10% do que foi prometido. “No Twitter, nenhum dos dez mil seguidores foi entregue.”
“As contas que curtiram a publicação no Facebook tinham características diversas. Algumas pareciam pertencer a pessoas reais, com postagens sobre assuntos variados e fotos com amigos e familiares. Outras claramente eram falsas: sem foto de perfil, amigos e nomes como ‘Habbig Htl’, ‘Henr Mathias’.
A maior parte parecia pertencer a crianças e adolescentes, indicando que, em algum momento, podem ter autorizado de forma involuntária o uso automático do perfil para esse tipo de serviço. Foram enviadas mensagens para perfis escolhidos aleatoriamente, mas não houve respostas.
Em outro ramo do mercado, também é possível comprar no Instagram perfis já prontos e com muitos seguidores.
Depois, basta trocar o nome e a foto para construir uma conta que já surge com uma base ampla.
A reportagem identificou um perfil com 57 mil seguidores à venda por R$ 500 — havia também um anúncio no Mercado Livre, em outro exemplo da busca por influência nas redes a qualquer custo.”