Crime organizado 19/07/2025 08:51
Na mira de Trump, 25 de Março congrega máfia chinesa, milícia e PCC
Na mira de uma investigação do presidente norte-americano Donald Trump, a região da rua 25 de Março (centro de SP) e o Brás enfrenta problemas que vão além da pirataria, motivo de tensão entre Brasil e Estados Unidos.
Investigações mostram o local como cenário da atuação de grupos como a máfia chinesa, PCC e também de milícia de policiais.
As ruas dos centros comerciais foram citadas em investigação contra o Brasil iniciada pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR).
A região da 25 de Março entrou na lista como um dos maiores mercados de pirataria e produtos falsificados do mundo.
Segundo o texto, o local abrange sete mercados notórios espalhados pelas regiões do Centro Histórico de São Paulo, da Santa Ifigênia e do Brás. São eles: o Shopping 25 de Março, a Galeria Pagé, a Santa Ifigênia, o Shopping Tupan, o Shopping Korai, a Feira da Madrugada e a Nova Feira da Madrugada.
A investigação comercial norte-americana, anunciada após a iniciativa de taxar produtos brasileiros em 50%, visa esmiuçar práticas comerciais “desleais” do Brasil em relação aos Estados Unidos — o que seriam, neste caso, a pirataria e violações de direitos autorais.
Além da conhecida venda de produtos piratas, os polos de compras da capital paulista são permeados por ações de quadrilhas. A grande quantidade de dinheiro que circula pelas regiões da 25 de Março e do Brás virou um atrativo para grupos que praticam lavagem de dinheiro, contrabando, falsificações, extorsões, sequestros e até assassinatos.
A máfia chinesa tem atuação que vai da lavagem de dinheiro por meio de lojas de fachada até a extorsão de comerciantes, conforme mostrado por uma série de reportagens do Metrópoles.
Uma operação da Polícia Federal mostrou que lojas do Brás, por exemplo, eram usadas para lavar dinheiro de golpes virtuais. O esquema descrito pela investigação começava com o recrutamento de laranjas para abrir contas bancárias a serem usadas em golpes virtuais.
O dinheiro arrecadado das vítimas era transferido para empresas de fachada no Brás e destinado à compra de armas pelos criminosos chineses.
Laranjas eram recrutados em comércios populares para abrir contas bancárias usadas para lavar milhões, que depois abasteciam empresas ligadas a chineses. O rastro financeiro levou a depósitos feitos por empresários chineses investigados por contrabando e suspeitos de integrar uma organização criminosa armada.
Além disso, outra quadrilha teve diversos integrantes presos por extorquir dinheiro, praticar sequestros e assassinatos na região da 25 de Março e do Brás. Comerciantes de origem chinesa eram obrigados a pagar altas taxas sob ameaça de violência ou morte.
Ao menos três homicídios confirmados entre 2014 e 2017, incluindo casos em frente a karaokês e na Sé, foram motivados por recusa a pagamentos.
A última prisão de um integrante do grupo mafioso ocorreu no fim de janeiro. Lin Xianbin, de 52 anos, estava na lista de procurados e foi identificado pelas câmeras com reconhecimento facial da prefeitura paulistana enquanto caminhava tranquilamente entre as barracas de camelôs da Rua 25 de Março, no meio da tarde de uma terça-feira.
Embora parte do Grupo Bitong tenha sido presa e a quadrilha, dada como desmantelada, levantamento feito pelo Metrópoles revela que, dos 17 integrantes fichados, apenas dois seguem em presídios paulistas, além do líder da quadrilha, detido em uma penitenciária federal, e um quarto membro que cumpre prisão domiciliar em um endereço no centro de São Paulo.
Em outra frente, uma milícia formada por policiais militares e civis foi denunciada neste ano pelo Ministério Público (Gaeco) por cobrar propina de comerciantes e ambulantes na região da Feira da Madrugada, uma das áreas citadas no documento dos Estados Unidos pela venda de pirataria.
A organização atuava desde pelo menos 2023, loteando espaços nas ruas do Brás e exigindo pagamentos que variavam de R$ 50 por metro quadrado, R$ 250 por semana e anuais de até R$ 18.000, sob ameaças, agressões, expulsão e intimidações armadas.
As investigações revelaram uso de cadernetas para controlar as cobranças, realizadas por membros da milícia que, em alguns casos, empregavam fita métrica para delimitar espaços nas calçadas (veja galeria).
Gravações com câmeras escondidas, escutas e interceptações telefônicas comprovaram a participação ativa dos policiais na execução das extorsões, bem como a inclusão de comerciantes inadimplentes em redes de agiotagem para obrigá-los a honrar os pagamentos.
A polícia também apontou a utilização das lojas do comércio popular para possibilitar o pagamento de dinheiro do tráfico de drogas praticado por criminosos ligados ao PCC.
De acordo com uma dessas investigações, um doleiro chinês recebia pagamentos de lojistas brasileiros da 25 de Março e do Brás por produtos na China e repassava o dinheiro a traficantes do PCC que vendiam droga na Europa.
O doleiro lucrava com as taxas de conversão, de maneira que possibilitava tanto a compra de mercadorias na China sem deixar rastro quanto que traficantes recebessem, no Brasil, por drogas vendidas na Europa.
Outras apurações também mostraram o uso de lojas de fachada para lavar dinheiro de criminosos do PCC. Além disso, a facção também já apareceu em apurações relacionadas à cobrança de taxa de proteção de comerciantes.
Comerciantes da região reagiram à ofensiva de Trump contra a 25 de Março. Associação que representa lojistas, a Univinco, rebateu a investigação comercial contra o Brasil anunciada pelos Estados Unidos.
Em nota, a entidade destacou que a rua reúne mais de 3 mil estabelecimentos formais, “que geram empregos, pagam impostos e oferecem produtos de qualidade”. Além disso, classificou o comércio como “forte, diversificado e comprometido com a legalidade”.
Com a Polícia Federal (PF) acompanhando homens fantasiados de Donald Trump carregando um saco de dinheiro e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vestido como prisioneiro na linha de frente, comerciantes e trabalhadores ocuparam, na manhã desta sexta-feira (18/7), a 25 de Março em uma manifestação contra a investigação anunciada por Trump.
Além de cartazes com dizeres contra Trump e manifestantes fantasiados, militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) empunhavam bandeiras da sigla durante a mobilização.
Descrição Jornalista
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