Parte da Geração Z, formada por jovens de 15 a 25 anos, está resgatando o cigarro.
O antigo hábito da geração X e anteriores, que foi abandonado pelos millenials, voltou a ocupar espaço simbólico como elemento de estilo e rebeldia.
Embora os índices gerais de tabagismo sigam em queda no Brasil e nos Estados Unidos, a presença crescente do cigarro em produções audiovisuais, campanhas de moda e postagens de influenciadores digitais vem sendo observada com preocupação por entidades de saúde.
Um estudo de 2022 apontou que mais da metade das séries mais assistidas por jovens incluíam cenas com tabaco.
Em 2025, 80% dos filmes indicados ao Oscar de melhor filme também apresentaram esse tipo de conteúdo.
Celebridades como Sabrina Carpenter, Dua Lipa e Charli XCX, populares entre o público jovem, foram fotografadas fumando em vídeos e eventos, enquanto perfis em redes sociais passaram a retratar o cigarro como acessório de um visual glamouroso ou alternativo.
Especialistas apontam que esse movimento não se dá majoritariamente por dependência, mas por fatores estéticos, comportamentais e até de protesto contra discursos tradicionais de bem-estar.
No Brasil, o tabagismo caiu de 30% em 2000 para cerca de 9% hoje, segundo o INCA. Ainda assim, há registros de aumento do consumo entre jovens, especialmente mulheres, motivadas por questões de imagem e estilo.
O alerta de órgãos de saúde é que a exposição frequente ao fumo em contextos de entretenimento e moda pode banalizar os riscos associados ao cigarro, principalmente entre adolescentes.
Além disso, o cigarro eletrônico segue como principal porta de entrada à nicotina para essa geração.
Campanhas de conscientização enfrentam o desafio de conter o apelo simbólico do cigarro e de seus substitutos digitais.
Disfarçados por design moderno e sabores atrativos, os vapes ampliam o risco de iniciação ao tabagismo tradicional.
Segundo o INCA, jovens que usam vape têm três vezes mais chances de passar a fumar cigarros comuns.
Embora proibidos no Brasil, os dispositivos eletrônicos circulam livremente em redes sociais e ambientes informais, dificultando a atuação das autoridades.