Governo Federal 23/06/2025 07:31

Governo Lula critica isenção fiscal milionária concedida por ele mesmo

 Federal gerou polêmica nas redes sociais ao criticar uma isenção fiscal que ele mesmo aprovou. A situação veio à tona após a publicação de artes oficiais nas redes do governo, na sexta-feira (20), defendendo o programa Bolsa Família e condenando supostos privilégios fiscais a grandes empresas.

Uma das artes replicadas pelo perfil oficial do Governo Federal no Instagram foi criada originalmente pelo economista Presley Vasconcellos. Nela, é questionado:

“Vamos falar da verdadeira preguiça?”. A mensagem segue com a acusação: “Só entre 2024 e 2025, foram R$ 400 bilhões em renúncias e isenções. Dá R$ 4 milhões por empresa. E sabe o que exigem em troca? Nada.”

Crítica incluiu caso aprovado pelo próprio governo

A crítica toma um rumo contraditório ao citar como exemplo negativo a matéria publicada no portal Metrópoles, que revelou o acordo firmado entre a varejista Americanas e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O entendimento permitiu à empresa renegociar uma dívida de R$ 865 milhões com desconto de mais de R$ 500 milhões.

O mecanismo usado é previsto legalmente, trata-se de uma transação tributária, regulada pelo Executivo e operacionalizada por órgãos como a PGFN e a Advocacia-Geral da União (AGU).

A empresa, atualmente em recuperação judicial, informou que os efeitos do acordo estarão refletidos nas demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2025. A crítica feita pela postagem, portanto, ataca uma política pública do próprio governo .

Contradição na comunicação oficial

A varejista afirmou que a negociação traz “benefícios econômicos adicionais“, como a dispensa de garantias judiciais e redução de honorários e custos processuais. A repercussão foi imediata, com usuários apontando incoerência entre a gestão econômica e a propaganda oficial.

O caso da Americanas segue gerando repercussão após a revelação de “inconsistências contábeis” em janeiro de 2023, com rombo estimado em R$ 25 bilhões. Em abril de 2025, 13 ex-executivos e funcionários foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes como associação criminosa, falsidade ideológica, manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.

Deu em ContraFatos

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista