Arqueologia 13/05/2025 18:51
Fortaleza militar egípcia de 2 mil anos é encontrada no deserto de Sinai; fotos
No sítio arqueológico de Tell Abu Saifi, localizado na porção norte do Deserto do Sinai, no Egito, especialistas do Ministério de Turismo e Arqueologia descobriram elementos arquitetônicos que ampliam a visão sobre o que parece ser uma antiga estrutura militar.
Entre os achados mais recentes estão residências, fornos, uma vala de defesa militar e uma estrada pavimentada com calcário, antes cercada por árvores.
Há alguns anos, o local já foi reconhecido como uma fortaleza de defesa do território relativamente importante, onde se imagina que navios ptolomaicos eram construídos e reparados.
No entanto, os arqueólogos acreditam que as ruínas ainda guardam diversos segredos a respeito da vida durante a dinastia ptolomaica e a era romana – o que as novas evidências podem ajudar a esclarecer.
Como destaca a revista Smithsonian, a dinastia ptolomaica do Egito começou com o governo do rei Ptolomeu I Sóter, por volta de 305 a.C. A fortaleza no deserto provavelmente foi construída durante esse período, e posteriormente modificada pelos romanos, que governaram o país a partir de 30 a.C.
Nesse sentido, a fortaleza de Tell Abu Saifi poderia ter desempenhado um papel fundamental na proteção das fronteiras orientais do Egito. Isso é, agindo de forma a reafirmar o seu poder militar para o exterior e assegurar a sua influência interna. Veja imagens:
“Estas descobertas oferecem uma compreensão mais profunda dos sistemas defensivos estabelecidos no leste do Egito”, explica Sherif Fathy, ministro de Turismo e Antiguidades, ao portal Ahram Online. “Além disso, elas reafirmam o papel histórico de Tell Abu Saifi como centro militar e industrial em várias épocas”.
A vala recém-descoberta, encontrada perto da entrada, tem mais de 1,80 m de profundidade, indica a autoridade nas redes sociais. A estrada parece conectar um portão de fortaleza ao centro do sítio arqueológico. Medindo aproximadamente 11 metros de largura e mais de 90 metros de comprimento, a estrada pavimentada com calcário é ladeada por mais de 500 círculos de argila.
Possivelmente, os círculos de plantio de argila foram usados para plantar árvores. Embora 500 exemplares pareça ser um número muito alto, evidências em papiros e na arqueologia do cultivo apoiam a hipótese de uma larga escala de plantas no Egito ptolomaico, as quais incluem videiras, frutas, árvores.
Mohamed Ismail Khaled, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, disse ao jornal Daily News Egypt que as descobertas fornecem novos insights sobre antigas fortificações no deserto. Particularmente no que se refere às entradas do país.
A Península do Sinai, é uma grande extensão de terra triangular que liga a África à Ásia, banhada pelo Mar Vermelho e pelo Mar Mediterrâneo. Muitos reis egípcios construíram fortalezas na região, que consideravam a primeira linha de defesa do Egito.
Sendo assim, a trincheira recém-descoberta, cuja profundidade beira os 2 metros, poderia ter ajudado a defender a fortaleza ptolomaica contra invasores. A dinastia enfrentou inúmeros inimigos ao longo de seus séculos de poder, incluindo grupos rebeldes egípcios, a República Romana e o reino selêucida.
Junto com a trincheira e a estrada arborizada, os pesquisadores descobriram alojamentos de soldados, que podem ter abrigado famílias de militares. Eles também encontraram quatro cantos de outra grande estrutura que pode datar de um período anterior, e atualmente estão trabalhando para confirmar sua idade.
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