Apesar de os indiciamentos de 24 militares envolvidos no plano de golpe que previa matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes terem sido encarados com “tristeza” pela cúpula das Forças Armadas, a maioria deles já era esperada.
Com o avanço das investigações, não havia esperança de que generais e coronéis mais ligados a Jair Bolsonaro ficassem impunes, mas dois nomes causaram um certo espanto.
O indiciamento do atual comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira, na região de fronteira com a Venezuela, general Nilton Diniz Rodrigues, chamou a atenção por duas razões:
1) ele continua na ativa em cargo de prestígio e 2) por ser a primeira vez que o nome do militar aparece nas investigações.
Seu indiciamento, apostam militares, deve estar relacionado ao fato de ter sido assistente do general Freire Gomes, que comandou o Exército de março a dezembro de 2022, fim do governo Bolsonaro.
Também causou estranheza nas Forças o indiciamento do adido do Exército em Tel Aviv, o coronel Fabrício Moreira de Bastos.
Ele é acusado pela PF por ter ajudado a construir a Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro, uma carta de teor golpista. Mais uma vez causou espanto o indiciamento pelo fato de estar na ativa e, inclusive, fora do Brasil.
O Exército diz “estar muito cedo para se posicionar” sobre os militares envolvidos na trama golpista e que qualquer medida contra os militares indicados dependerá de “alguma medida cautelar que porventura seja tomada pela Justiça”. Diz a nota: “Por enquanto, não está na nossa seara”.