Sem categoria 06/02/2017 07:47

Compra da Estácio pela Kroton nivela por baixo a qualidade do ensino, diz Cade

Pouco mais de cinco meses depois de ser notificada sobre a operação de compra da Estácio pela Kroton, a Superintendência Geral do Cade concluiu que o gigante de ensino resultante do deal abocanharia quase metade do mercado nacional, seria monopolista em 114 cidades, além de potencialmente nivelar por baixo a qualidade do ensino superior privado no país.
“Há um risco de homogeneização da educação superior em patamares de qualidade mínimos que, não obstante estarem de acordo com a regulação atinente, pode provocar prejuízos à educação superior como um todo e à própria economia do país, dada a sensibilidade do mercado em análise para a formação de mão-de-obra”, diz Nota Técnica da SG.
A redução da concorrência decorrente da união dos dois principais rivais, cuja conclusão também se baseia em análise do Departamento de Estudos Econômicos da autoridade antitruste, levou a SG a recomendar ao tribunal a impugnação da operação ao tribunal administrativo, que tem a palavra final sobre o negócio.
Em importante ressalva, a área técnica do Cade levanta dúvidas sobre a possibilidade de aprovar a operação condicionada à venda de ativos – o tipo de solução mais eficiente quando fusões e aquisições resultam em grande concentração e poder de mercado.
“Há sérias dificuldades em construir uma solução remediada que possibilite a aprovação da operação sem, por outro lado, causar prejuízos à concorrência, mantendo o nível de competição em patamar similar ao existente atualmente”, anota a SG.
“Trata-se de operação que compensaria, inclusive, a alienação da Uniasselvi, ocorrida em 2015 em razão de determinação deste CADE como consequência da aquisição da Anhanguera pela Kroton, aprovada em 2014.”
Deu em JOTA

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista